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Por Melissa Collins nos Estados Unidos*: Como professora da segunda série em uma escola pública em Memphis, tive uma cadeira na primeira fila para tudo o que aprendi nos 20 meses desde o início da pandemia. Isso significa que posso ver todas as coisas que […]
Publicado em 26/11/2021
Por Melissa Collins nos Estados Unidos*: Como professora da segunda série em uma escola pública em Memphis, tive uma cadeira na primeira fila para tudo o que aprendi nos 20 meses desde o início da pandemia. Isso significa que posso ver todas as coisas que ainda erramos à medida que o novo ano letivo continua.
Para muitos professores, a tecnologia está no topo dessa lista. Porque, infelizmente, a tecnologia dá errado, com muito mais frequência do que dá certo. No entanto, se há uma coisa que escolas e professores aprenderam durante a pandemia, é que precisamos de tecnologia agora mais do que nunca. O acesso à internet e os dispositivos têm sido uma tábua de salvação para manter o aprendizado e nos ajudam a manter os alunos no caminho certo, então, por causa disso, muitas escolas estão colocando os investimentos em tecnologia no topo de sua lista para saber como gastar os bilhões de dólares em financiamento do plano de ajuda Covid do governo Biden.
Em minha sala de aula e na de meus colegas, vimos o potencial que a tecnologia pode ter para realmente transformar a maneira como os alunos e famílias se envolvem com a educação. Por exemplo, a ferramenta ClassDojo tornou mais fácil para os pais manterem-se atualizados sobre as tarefas dos alunos e as novidades da aula. Sobretudo, durante a pandemia, isso foi mais importante do que nunca, à medida que navegamos no aprendizado remoto e presencial.
Também usamos ferramentas de videoconferência para, por exemplo, permitir que os meus alunos em Memphis colaborem com amigos por correspondência em Nova Jersey, reunindo alunos de origens diferentes para trabalhar juntos e ver o mundo através dos olhos uns dos outros.
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Temos uma prova viva de que a tecnologia pode transformar a experiência de aprendizado para melhor, mas o ano passado também nos lembrou de todas as maneiras pelas quais isso pode dar errado.
Meus colegas professores e eu nos acostumamos com o círculo vicioso da tecnologia em nossas escolas. É assim que funciona: primeiro, as escolas investem em tecnologia educacional, sem perder tempo para aprender se a ferramenta ou produto realmente funcionará em seu contexto único, ou escolhem um novo programa sem fornecer orientação e treinamento profissional suficientes para que os professores possam usá-lo com eficácia.
Então se a tecnologia não funciona como esperado, os professores e, frequentemente, os alunos e famílias param de usá-la. Por fim, a escola substitui a tecnologia por outra e o padrão continua.
Como por exemplo, uma experiência que tivemos com tecnologia como o Microsoft Teams, que rapidamente descobrimos que não era adequada para alunos mais jovens. Não era possível ver turmas grandes na tela e você não conseguia ver os alunos se uma apresentação de slides estivesse sendo exibida. Esses são problemas que teríamos detectado imediatamente se tivéssemos testado o software antes de implementá-lo. Estamos acostumados com o ciclo neste ponto, mas estamos nos cansando disso. O que será necessário para quebrar o ciclo?
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O problema é que as escolas não estão ouvindo seus professores sobre o que, onde e porquê funciona. Isso tem que mudar. Só poderemos usar tecnologia educacional de forma eficaz se escolas e administradores ouvirem os professores sobre os tipos de ferramentas de que precisamos. Além disso, só conseguiremos nossa adesão antes de implementar qualquer nova ferramenta ou plataforma se todos aprendermos com nossos colegas em outras escolas.
Nos últimos dois anos, fiz parte de um projeto chamado EdTech Evidence Exchange que está dando um passo crítico para tornar essas mudanças uma realidade, com o objetivo de explorar as percepções de professores em todo o país para entender quais ferramentas funcionam em quais contextos.
Nosso objetivo é reunir educadores de todo o país para coletar feedback detalhado e padronizado. Trata-se de garantir que nossas vozes sejam ouvidas em um processo de tomada de decisão que, muitas vezes, deixa de fora as pessoas na linha de frente.
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Um dos elementos mais importantes do trabalho do intercâmbio é seu esforço para amplificar as vozes dos professores. O Projeto Genoma EdTech – composto por um grupo de pesquisadores líderes, educadores e defensores convocados pelo intercâmbio – concluiu que garantir que “os professores tenham voz consistente na definição de seu trabalho e nas condições e ferramentas para esse trabalho”, esse é um dos dez principais elementos mais importantes em qualquer processo de tomada de decisão da tecnologia educacional. Isso significa envolver os professores na tomada de decisões não apenas sobre qual tecnologia eles precisam, mas também como ela é selecionada e como é implementada.
Em suma, é claro que as vozes dos professores são importantes. Mas muitas vezes, não temos a oportunidade de falar e ser ouvidos. Nos próximos meses, o EdTech Evidence Exchange reunirá informações de escolas sobre como os professores estão influenciando a tomada de decisões em tecnologia educacional. Estamos confiantes de que as informações demonstraram o papel vital que os professores podem desempenhar no apoio ao uso eficaz da tecnologia e de que maneiras podem impactar dezenas de milhões de dólares em gastos com tecnologia educacional.
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Na última década, nas salas de aula de todo o país, os professores adotaram uma ideia que frequentemente chamamos de voz e escolha, por exemplo, se os alunos têm uma palavra a dizer sobre o que aprendem e como aprendem, eles se envolvem mais e aprendem mais. Devemos aplicar essa lição ao papel dos professores em tecnologia educacional.
Dê-nos voz e escolha. Nós sabemos o que é melhor para nossos alunos. E se você nos ouvir, nós ajudaremos a evitar o tipo de desperdício que muitas vezes resulta em novas ferramentas de tecnologia brilhantes acumulando poeira.
*Melissa Collins é professora da segunda série em Memphis, Tennessee. Essa matéria foi produzida pelo Hechinger Report, uma organização sem fins lucrativos nos Estados Unidos
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