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Luiz Gaziri fala sobre a arte de enganar a si mesmo

Baseado em seu livro, Luiz Gaziri fala sobre como melhorar os resultados das instituições de ensino

Publicado em 25/04/2024

por Redação revista Educação

Por meio da ciência, Luiz Gaziri, que é professor, consultor, palestrante e autor de livros, possui o intuito de auxiliar pessoas e organizações a evitarem erros que podem ser custosos. Para ele, “a ciência é a maior invenção da humanidade”, e é a ferramenta essencial para que possamos tomar decisões no dia a dia.

Com o intuito de ajudar os gestores a melhorarem os seus resultados dentro das instituições de ensino, Luiz participou do painel A arte de enganar a si mesmo, durante esta quinta, 25, na Bett Brasil 2024*, falando sobre teorias e assuntos que debate em seu livro A arte de enganar a si mesmo: uma visão científica da polarização e outros males (nem tão) modernos (ed. Alta Books).

O livro reúne artigos e pesquisas de cientistas de instituições como Harvard, Stanford e Cornell, e fala sobre alguns fenômenos que explicam o comportamento humano. O professor destaca que para um cientista entender algum fenômeno, ele precisa analisar diversos cenários, e em seu livro ele também faz o mesmo.

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Comportamento humano

O fenômeno da dissonância cognitiva, onde somos colocados em situações que desmontam a nossa crença, pode nos levar a dois caminhos de acordo com Luiz Gaziri, um deles é abandonar a nossa crença e o outro é convencer a nós mesmos de que estamos certos. Luiz explica que toda vez que estamos passando por situações que nos levam ao questionamento do que acreditamos, uma parte de nosso cérebro protege essas crenças.

Uma forma que encontramos de enganar a nós mesmos relaciona-se com a remuneração. Luiz aponta que dinheiro é um grande motivador, porém, ele acaba fazendo com que as pessoas tenham uma pior performance.

Para ele, todas as vezes que passamos por dificuldades financeiras e situações de estresse, a amígdala, parte do cérebro que processa o medo e a ansiedade, é ativada, e por sua vez, o cérebro desativa o córtex pré-frontal, responsável pela nossa capacidade de argumentação e previsão do futuro, por exemplo.

“O ser humano não é um robô que age de forma pura e direta, somos influenciados por hormônios e outras influências”, aponta Luiz Gaziri.

Após sermos apresentados para novas informações, o ser humano também possui uma tendência chamada de viés da confirmação. Isso significa que ao passarmos pela dissonância cognitiva, costumamos ir atrás de informações que possam confirmar que as nossas crenças estão corretas. “A gente só leva em consideração o que vai ao encontro do que acreditamos”, diz o consultor.

Metas

Em uma maratona, as pessoas costumam acelerar ao ver a linha de chegada. Dentro de uma empresa, acontece o mesmo, segundo Luiz Gaziri. Ele utiliza a teoria da meta gradativa (quanto mais perto do fim de algo, mais rápido tentamos alcançá-lo) para justificar esse comportamento. Para o autor, nossa forma de agir é fruto das circunstâncias que a gente se encontra.

Os estudos usados por Luiz em seu livro também confirmam que uma meta é obtida de forma mais rápida se isso for feito em conjunto com outras pessoas. “O que nos trouxe até aqui foi a cooperação”, diz. Sobre a questão da premiação ao chegar até essas metas, os entrevistados da pesquisa revelaram ficar mais felizes ao ganhar experiências como viagens, por exemplo, ao invés de dinheiro.

Debatendo sobre o assunto, o palestrante também traz um estudo que revela que uma criança com cinco anos de idade que nasceu em situação de pobreza, tem uma amígdala maior do que uma criança de mesma idade que nasce na classe média. Para ele, temos que enxergar que as oportunidades não são as mesmas para todos, mas que o debate sobre a diversidade pode ajudar a melhorar o cenário.

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