NOTÍCIA
Como a Escola Bosque, instituição de mais de meio século, coloca em prática a tecnologia na área pedagógica e coleciona cases nacionais e internacionais
Crianças e adolescentes que frequentaram a Escola Bosque, no início do século, exerceram uma experiência incomum para as salas de aula naquele momento no país. Há 22 anos, a instituição, localizada na Vila Mascote, bairro da zona sul de São Paulo, que oferece do ensino infantil ao ensino fundamental 2, trabalha com projetos de educação tecnológica e robótica pedagógica.
O fato revela o estilo de gestão da unidade, constantemente aberta à implementação de novidades em tecnologias e metodologias de ensino. A mais recente? Seus alunos estão construindo um carro elétrico.
Em uma iniciativa internacional, mais de 10 mil estudantes ao redor do mundo se dedicam ao desenvolvimento do e-kar, um protótipo sustentável. A escola paulistana foi convidada a integrar a primeira equipe binacional da competição, ao lado da Inglaterra. Em outubro, os jovens participantes estarão de malas prontas para competirem no Circuito de Goodwood, em Chichester, Reino Unido.
Por apresentar uma postura aberta ao que é novo no segmento educacional, a diretora pedagógica da Escola Bosque, Silvia Scuracchio, frequentemente é convidada a conceder entrevistas e a fornecer relatos sobre as experiências de ensino. Em suas falas, é comum ressaltar a importância dos professores no processo de inovação.
“Na verdade, eles são o elemento-chave nessa questão. A inovação deve ocorrer como um processo harmônico onde todos os educadores envolvidos trabalhem em sintonia e consonância com as novas ideias”, pontua.
Dentro dos muros da escola, há a preocupação em se falar do aprendizado do estudante, mas sem negligenciar o aprender do corpo docente, incentivando um clima de mudança de mindset. “Não basta, apenas, oferecer cursos de formação ou capacitação profissional, é preciso criar acolhimento, incentivo e levar o prazer do aprendizado para esses profissionais, transformando-os em lifelong learners”, diz.
A mudança de paradigma é necessária, observa, pois eles passam a ser aprendizes como os alunos e não apenas os detentores do saber e transmissores de conhecimento. “Começam a construir o conhecimento de forma colaborativa”, relata.
Na Escola Bosque, as aulas de tecnologia se iniciam na educação infantil, com as propostas integradas ao conteúdo programático. Para colocar em prática as dinâmicas necessárias para os públicos da instituição, contam com equipamentos robustos, que oferecem a estrutura para o desenvolvimento das atividades.
“A parceria com a Lenovo nos possibilitou ampliarmos o uso de ferramentas digitais, em devices com maior capacidade e com qualidade inigualável”, explica a diretora pedagógica. “São dispositivos que se transformam em tablets, adequados ao uso dos alunos, pois são bastante resistentes e com processadores rápidos e confiáveis”, observa.
Silvia cita o bom desempenho das câmeras e do som, como facilitadores para o desenvolvimento de encontros virtuais com estabelecimentos ao redor do mundo. “Além disso, a parceria tem uma área educacional, que cria uma rede de apoio para as escolas e isso é extremamente importante nessa jornada de transformação digital.”
Em 1971, o casal Danute e Walter foi responsável pela fundação da Escola Bosque. Eram os pais da atual diretora, que garante que a instituição permanece com seus valores iniciais. “Acreditamos na importância de uma educação de qualidade, baseada na afetividade e na inovação pedagógica.”
O engenheiro de soluções para educação da Lenovo, Carlos Almeida, recorda-se de que, há alguns anos, o tablet, notebook e smartphone na sala de aula eram desligados e devidamente guardados nas mochilas.
Ironicamente, a pandemia trouxe um sentimento de urgência e esses recursos passaram a ser fundamentais para a continuidade das atividades. “Com o retorno das aulas presenciais, há escolas querendo voltar ao modelo antigo – e a pergunta que fica é: por que não optar por algo misto?”, comenta. Para o desenvolvedor, é importante que as instituições implementem os recursos tecnológicos como meio e não como fim.
Carlos pontua que, para atuar no segmento educacional, a Lenovo utiliza parcerias pedagógicas para cada área, além de desenvolver um produto específico para esse segmento.
Na prática, isso significa que os equipamentos em contato com o mundo escolar são específicos e não apresentam os mesmos padrões do varejo.
“É um notebook com resistência à queda e ao derramamento de líquidos, por exemplo – se ele cair de uma carteira, com altura média de 75 cm do chão, não vai acontecer nada”, garante.
Para o especialista, trata-se de um ecossistema de quatro passos decisivos para bons resultados nos estabelecimentos de ensino: os dispositivos, a etapa pedagógica, a gestão e, por fim, a transformação no ambiente educacional.
Inteligência artificial: Brasil continua parado e ensino básico perde
Tecnologia por tecnologia, não. Tem que existir compromisso com o gestor, educador e aluno