NOTÍCIA
Sociólogo Cristián Cox destaca que formação cidadã deve abordar conceitos, vivência na escola e serviço à comunidade
“Não nascemos democratas, aprendemos a ser.” A frase de Cristián Cox, sociólogo e professor da Universidade Diego Portales, no Chile, traduz a importância de que currículos abordem a formação cidadã e destaca o papel central da escola no processo de construção e valorização da democracia, aspectos que ele defende.
O especialista participou do Seminário Internacional Educação Cidadã e Convivência Democrática, realizado pelo Instituto Unibanco na última terça-feira, 12. O evento principal ocorreu no Memorial da Resistência, em São Paulo, mas também houve encontros em outros estados.
Em sua exposição, Cristián lembrou que a democracia é um sistema complexo e, por isso, exige um sistema escolar e uma “jornada formativa longa”. “A construção democrática não acaba nunca, esse ideal não se alcança. Assim como pode avançar, pode retroceder.”
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O impacto da gestão democrática na construção de uma comunidade educadora
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Sobre a escola e seu papel, Cristián explicou que é nesse ambiente que ocorre o contato com pessoas diferentes, onde acontece uma ‘quebra’ da incondicionalidade familiar.
“[A escola] É um espaço, por excelência, onde através do conhecimento, das relações, da construção de afetos e habilidades, a crença democrática vai ser desenvolvida”, analisou.
Para educar para a cidadania, Cristián apresentou que é preciso trabalhar dois campos: o de relacionamento com outras pessoas próximas, que faz parte do convívio (dimensão civil) e o de relação com instituições formais do sistema político (dimensão cívica).
Ele também expôs três domínios que a educação para a cidadania deve incluir. O primeiro é o de conhecimento, ou seja, o ensino de conceitos relacionados à democracia. O segundo e o terceiro possuem caráter de vivência e experimentação. São eles: práticas na comunidade escolar, em que o aluno aprende a participar e sobre representação, liderança; e o de serviço, caracterizado pela construção de algo que vai ser levado à comunidade, o que Cristián ressaltou ser importante nos tempos de individualismo em que vivemos.
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