NOTÍCIA
Educação midiática e a valorização da diversidade são algumas possibilidades de combate
Publicado em 23/04/2024
Em meio ao aumento da violência dentro das escolas, o papel da instituição de ensino e dos professores passa a ser indispensável na prevenção e combate a este cenário. De acordo dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) sobre violência nas escolas, em 2023, as denúncias envolvendo crianças e adolescentes representavam 74% do total.
A pesquisa considerou os chamados feitos por meio do Disque 100 (canal sob responsabilidade da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do Ministério, e que analisa e recebe relatos sobre as denúncias de violações de direitos), e destacou que as principais violências no ambiente educacional envolvem constrangimento, ameaça, bullying, injúria e constrangimento. No levantamento foram consideradas denúncias envolvendo berçário, creche e instituições de ensino.
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O tema de combate à violência será tratado nesta terça-feira, 23, na Bett Brasil 2024, durante o painel Escola Livre de ódio: saiba como combater o extremismo na sala de aula, que conta com a presença dos professores Ronney Marcos Santos e Margareth de Brito Alves. Será às 15h30, no auditório Educação Pública.
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Como forma de prevenir e combater a violência nas escolas, Ronney Marcos Santos, professor de língua portuguesa no Centro de Excelência Atheneu Sergipense, escola da rede pública estadual de Sergipe, destaca que ensinar os alunos sobre respeito mútuo, empatia, resolução de conflitos e comunicação não violenta são medidas essenciais.
“Vejo como importante também a criação de programas de conscientização sobre bullying e cyberbullying e outros tipos de violência, com rodas de conversas, depoimentos, discussões com toda a comunidade escolar com a mediação de profissionais especializados no tema”, complementa o professor de língua portuguesa.
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Margareth de Brito Alves, é professora de português readaptada e atua na biblioteca do Centro Educacional (CED) 310, em Santa Maria, da rede pública de Brasília. A também colaboradora no projeto Escola Livre de Ódio, completa que a solução ou minimização do problema não é feita por um único profissional. “Algo importante é ouvir os estudantes e possibilitar o atendimento dos mesmos com profissionais de saúde a fim de fortalecer a saúde mental deles/as.”
Outros caminhos
A educação midiática e a valorização da diversidade também são caminhos que podem ser escolhidos para o combate à violência escolar.
O professor de língua portuguesa aponta que com a forte desinformação e os discursos de ódio nas redes, a educação midiática tem um papel crucial nesse combate.
“Quando ensinamos nossos alunos a analisarem de maneira crítica as informações que recebem e a identificar e combater a desinformação, estamos capacitando e tornando cada um deles multiplicadores nos espaços por onde eles circulam”, indica Ronney.
Já ao fortalecer a diversidade, é possível criar um ambiente mais inclusivo e respeitoso, construindo uma cultura de tolerância e aceitação, “onde todos se sintam aceitos e valorizados independentemente de sua origem, raça, gênero, orientação sexual ou qualquer outra característica”, oriena Ronney.
Para combater a violência, os professores também precisam estar preparados psicologicamente. Margareth destaca que a saúde mental do professor fica fragilizada, considerando os casos de violência nas escolas, e isso acaba comprometendo o trabalho na escola.
“O profissional da educação tem uma ligação emocional com os estudantes e isso faz com que o trabalho seja comprometido quando ocorre algum tipo de violência”, destaca a professora.
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A criação de um ambiente seguro e acolhedor para que o professor se sinta apoiado e tenha recursos para lidar com as situações de violência também é um ponto destacado por Ronney.
“Vejo como necessário promover um ambiente seguro e acolhedor, onde todos nós possamos nos sentir apoiados e tenhamos recursos para lidar com situações de violência”, finaliza Ronney Marcos Santos.
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Bett Brasil
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