Em ação inédita, a fim de desenvolver programas e projetos conjuntos para a promoção do bilinguismo, da educação, da ciência, da cultura e do desenvolvimento social nos países membros da região ibero-americana, tendo por base a valorização da diversidade e da interculturalidade, OEI e IGR firmaram […]
Em ação inédita, a fim de desenvolver programas e projetos conjuntos para a promoção do bilinguismo, da educação, da ciência, da cultura e do desenvolvimento social nos países membros da região ibero-americana, tendo por base a valorização da diversidade e da interculturalidade, OEI e IGR firmaram um Memorando de Entendimento, hoje, 8, no Rio de Janeiro, de forma virtual.
Leia também
Docência plural: território e cultura na quebra do monolinguismo
Por uma nova construção social de educação
“O acordo com o Instituto Guimarães Rosa se insere na área da difusão da língua portuguesa, assim como fazemos com o Instituto Camões, em Madri. É uma questão linguística-cultural específica e muito relacionada com o Brasil”, informou o secretário-geral da OEI, Mariano Jabonero, que veio ao Rio de Janeiro para cumprir uma agenda de compromissos, em especial a assinatura do Memorando de Entendimento com o Mercosul, realizada em 6 de dezembro na 63ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados.
O diretor do IGR, ministro Marco Antonio Nakata, destacou a iniciativa. “Agradecemos a iniciativa, que é muito importante para nós. É um primeiro passo de aproximação entre nós. Vamos pensar nos próximos passos para implementarmos projetos concretos”, afirmou.
Além do português e do espanhol como línguas oficiais da OEI, que somam cerca de 850 milhões de falantes no mundo, coexistem na região ibero-americana centenas de línguas, como o guarani, compondo uma imensa riqueza a ser valorizada e preservada. Esse número, segundo estimativas demográficas das Nações Unidas, crescerá para 1,2 bilhão de falantes em meados do século XXI. O português é a 4ª língua mais falada no mundo e o espanhol a segunda.
Na Agenda 2030, aprovada pelas Nações Unidas como um plano de ação universal para o desenvolvimento sustentável e a dignidade humana, as línguas são um fator humano importante para alcançar uma educação inclusiva, equitativa, ao longo da vida, bem como para o desenvolvimento científico e a valorização da diversidade cultural, sendo necessário promover seu uso numa perspectiva intercultural.
Em 2018, a OEI iniciou o Programa Ibero-americano de Bilinguismo e Difusão da Língua Portuguesa com o objetivo de promover o bilinguismo e o uso das duas línguas na Ibero-América, ampliando os espaços de cooperação nos campos da educação, cultura, ciência e tecnologia.
Uma das ações do Programa é a realização da Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (Cilpe) a cada dois anos, com o objetivo de contribuir para a reflexão sobre estratégias para as duas línguas, reunindo parceiros dos setores público e privado, além de organizações do terceiro setor. Em sua terceira edição, realizada no Paraguai, a conferência contou com a participação de mais de 3 mil pessoas e 55 especialistas, tendo como diferencial a inclusão do guarani como língua de comunicação entre os participantes.
Em agosto de 2022, sete escolas públicas brasileiras e de países que fazem fronteira com o Brasil, que tiveram suas experiências educacionais de interculturalidade e bilinguismo reconhecidas pelo escritório brasileiro da OEI e pelo Ministério da Educação do país, receberam o Prêmio Cruzando Fronteiras.
Uma formação continuada aos professores, que trabalhou temas relevantes para o trabalho pedagógico relacionados à interculturalidade e o bilinguismo, foi oferecida a todos os docentes das escolas públicas brasileiras, resultado da parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap).
Revista Educação: referência há 28 anos em reportagens jornalísticas e artigos exclusivos para profissionais da educação básica
Celebrar as diferenças entre as culturas é a chave para entender nossos alunos