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Formação docente

Mais que preparo acadêmico e boa intenção, professor precisa ter equilíbrio emocional

Saiba os benefícios da meditação mindfulness e como ela pode ser desenvolvida no ambiente escolar com Daniela Degani, que dará um workshop nesta quinta, 13, na Jornada Bett Online

Publicado em 12/05/2021

por Redação revista Educação

“Sabemos que ambientes educacionais mais equilibrados, atentos, empáticos, aqueles em que o professor está bem com ele mesmo (não extremamente estressado ou exausto); quando os alunos têm esse senso de pertencimento, de acolhimento, o sistema nervoso do estudante está pronto para o aprendizado”, afirma Daniela Degani, fundadora da MindKids, que leva a meditação mindfulness ao ambiente escolar.

Daniela Degani começou a se interessar pela prática de mindfulness para crianças em 2014. Ao ver o quanto a prática a ajudava, teve vontade de compartilhar isso com seus filhos. Degani começou então, a estudar, influenciada pelo material de Susan Kaiser Greenland, e deu início às práticas em casa, onde notou benefícios para seus filhos. No ano seguinte, foi facilitadora de grupos de filhos de praticantes de meditação e em 2016 nasceu a Mindkids, imediatamente atendendo escolas. Dois anos depois nasceram os primeiros treinamentos para educadores, a pedido da direção de colégios que queriam que ela compartilhasse a técnica com seus professores.

Leia: Meditação mindfulness: descubra como a prática pode ajudar professores e alunos

Tão na moda, uma das formas de traduzir mindfulness para o português é a expressão “atenção plena”. A instrutora explica que a técnica é uma potencialidade humana que deixa as pessoas mais conscientes daquilo que ocorre ao redor. Esse aumento da atenção, da presença, ajuda a tomar consciência do que está acontecendo dentro e fora de cada um, levando a ter uma outra relação com a experiência que se está vivendo.

“Muitas vezes nós não podemos mudar o que nos acontece, mas mudamos a forma de nos relacionarmos com aquilo que acontece”, diz Degani.

meditação mindfulness

Degani durante uma prática (foto: divulgação)

Mais conscientes, passa-se a ter escolhas  

No ambiente educacional, por exemplo, um aluno que se sente triste, com o coração acelerado, e não tendo gostado do que o colega falou, nesse momento ele passa a se perceber. E ao se perceber ele tem uma chance de ter uma resposta pensada, ao invés de uma reação impulsiva, podendo procurar ajuda. “É como abrir um espaço entre o que acontece com a gente e as nossas reações, podendo ter respostas mais sábias. Isso tudo nasce da atenção plena, dessa tomada de consciência, da utilização dessa potencialidade humana que todos nós temos, de estar mais presentes, inteiros. Todo mundo tem essa habilidade, acontece que muitas vezes nós treinamos a distração”, verifica.

Além de professores, seres humanos

Muitas vezes nem o professor sabe como se autorregular, acentua a especialista. “Intenção todos nós temos de estar ali, calmos, atentos, presentes com o aluno, nessa atitude empática, mas somos seres humanos. Muitas vezes a gente não está bem e pode ser que não tenhamos uma ferramenta para a autorregulação. A MindKids atua na capacitação dos educadores para que eles não só colham os benefícios pessoais da prática, mas que também saibam como praticar mindfullness com seus estudantes”, esclarece.

O educador recebe o Programa Mindkids especialmente desenhado para a sala de aula. Os planos de aula possuem os descritores da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) ,quais são as competências que ele está trabalhando naquela aula, que compreende desde a educação infantil até o ensino médio.

Leia: O uso da tecnologia não apenas como meio de transpor conteúdo

medição escola

Daniela Degani: mindfulness trabalha a consciência (foto: divulgação)

Alfabetização afetiva

Se na alfabetização usa-se o ABC, base para absorver outros conteúdos, também no mindfulness há o ABC (atenção, bem-estar e compaixão), que propicia um ambiente em sala de aula favorável ao aprendizado. Segundo Degani, essas habilidades socioemocionais potencializam uma série de outros aprendizados, inclusive o acadêmico.

E dá certo?

O mais importante é o professor estar familiarizado com as práticas da meditação mindfulness. Sendo assim, o educador deve conhecer os princípios da prática para poder compartilhar com os alunos, adaptando à fase de desenvolvimento de cada faixa etária. “Na educação infantil, o trabalho é muito lúdico e à medida que eles vão amadurecendo, introduzimos jogos de atenção plena e exercícios de reflexão”, esclarece.

Na Jornada Bett Online

Aliás, o foco do workshop de Daniela Degani na 2ª Jornada Bett Online, com 2 horas de duração (amanhã, 13, às 16h), será bastante dinâmico e ativo, mostrando como o mindfulness pode ajudar a cultivar no ambiente educacional um novo ABC (attention, balance e compassion), com exemplos de atividades para diversas faixas etárias. A apresentação terá vídeo ilustrativo de aulas reais de mindfulness realizadas em escolas brasileiras e espaços para discussão e troca de experiências.

Professores e escolas que adotaram as práticas de mindfulness relatam melhorias expressivas no clima em sala de aula, declara Daniela Degani.

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Redação revista Educação


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