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Jornada Bett Online

O uso da tecnologia não apenas como meio de transpor conteúdo

Especialista em inovação na educação, Luciano Meira estará no primeiro dia da Jornada Bett Online. Nesta matéria, ele também destaca a importância de utilizar e compreender os recursos tecnológicos para potencializar o trabalho dos professores

Publicado em 07/05/2021

por Nathalia Molina

luciano-meira-inovacao-educacao-entenda Luciano Meira, Ph.D. em educação matemática pela Universidade da Califórnia (foto: arquivo pessoal)

Por necessidade, as aulas presenciais viraram online na pandemia. Mas como usar a tecnologia para inovar na educação e não apenas como meio de transpor conteúdo? Como os recursos podem potencializar a capacidade do professor? São questionamentos como esses que Luciano Meira ajudará a responder na sua palestra da 2ª edição da Jornada Bett Online.

“Vai dar uma boa discussão. Vou debater com meu irmão, Silvio [Meira], que é fundador do Porto Digital e vem do campo da ciência da computação. Ele vai dar uma visão mais tecnológica; e eu, mais pragmática, pedagógica”, conta o cofundador da Joy Street, que usa gamificação para melhorar o engajamento na aprendizagem. “Vou falar mais de como a gente captura o imaginário do professor para a transformação digital e como implementar o que é previsto na BNCC [Base Nacional Comum Curricular].” A palestra Inovação na educação está marcada na programação da Bett para a próxima terça-feira, 11, das 19 horas às 20h30.

Leia: Do low ao high tech: como alavancar a aprendizagem

Os assuntos abordados, segundo o palestrante, podem abranger diferentes graus de complexidade em relação a recursos tecnológicos e o respectivo uso deles. “A gente pode sair de coisas relativamente simples, como WhatsApp, para inteligência artificial”, diz Luciano Meira, o qual é professor do departamento de psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) na área de ciências da aprendizagem e da CESAR School, escola de inovação no Recife.

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Luciano Meira, Ph.D. em educação matemática pela Universidade da Califórnia (foto: arquivo pessoal)

Não vai substituir

Para ele, é necessário compreender como construir tecnologia com a finalidade de apoiar educadores na inovação.

“Muita gente acha ainda que a inteligência artificial pode substituir o professor, enquanto que o que ela poderá fazer é potencializar a capacidade do professor”, diz.

A tecnologia, exemplifica Meira, poderia se encarregar de verificar gramática e ortografia em textos dos alunos e liberar tempo para o professor cuidar de argumentação e estilo. “A inteligência artificial é capaz de corrigir certos aspectos da escrita e deixar a parte mais sofisticada para o educador.”

Além de debater alternativas para o futuro, a palestra deve destacar também o esforço feito pela maioria dos educadores diante das mudanças impostas pelo distanciamento social na pandemia. “O Instituto Península fez pesquisas em 2020 mostrando como de fato, sem as ferramentas adequadas e sem treinamento e formação, os professores se esforçaram para manter essa relação afetiva e intelectual com os alunos”, afirma.

Estimular os alunos

Na Joy Street, instalada no Porto Digital, parque tecnológico do Recife, o trabalho desenvolvido pelo especialista busca aplicar a tecnologia para um melhor desempenho na aprendizagem. “Na Joy, estamos trabalhando intensamente para fazer uma grande evolução no EAD. Temos uma plataforma gamificada e sequestramos a sigla, que para nós significa Educação Aberta Digital”, detalha.

O EAD tradicional é baseado na oferta de conteúdos. “É uma lista para as pessoas percorrem e você espera que elas aprendam. A taxa de engajamento é terrivelmente baixa. O cara logo larga aquilo”, afirma o professor. “A primeira coisa que fizemos foi dar um senso de propósito ao aluno. Ele é o protagonista. Se o curso é de designer de moda, tem de construir um projeto. Se é de antropologia social, tem de organizar uma festinha de modo que todos se divirtam.”

A missão do estudante é dividida em desafios. Vídeos e textos são usados para desenvolver habilidades e competências, e não conteúdo. “É uma perspectiva mais contemporânea. Se o conhecimento não está sendo usado para tomar decisões e resolver problemas complexos, é só conhecimento acumulado. A gente quer formar as pessoas que possam enfrentar pandemias, urgências climáticas”, conclui.

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Autor

Nathalia Molina


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