Primeira sul-americana finalista do Global Teacher Prize, prêmio que a colocou entre os 10 melhores professores do mundo
Publicado em 11/10/2024
No atual cenário educacional, a integração das tecnologias digitais e do ensino de computação na formação dos professores e estudantes é uma necessidade emergente, que visa a democratização de acesso
Com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelecendo diretrizes claras para a inclusão da computação no currículo, educadores e escolas enfrentam o desafio de adaptar suas práticas pedagógicas para atender a essa nova demanda. Essa mudança não é apenas uma resposta à evolução tecnológica, mas uma preparação dos estudantes para um futuro próximo que exige competências digitais em sua formação e para lidar com ética, segurança e responsividade nesse mundo tecnológico em que estamos inseridos.
A BNCC da Computação é um documento que estabelece diretrizes para o ensino de computação nas unidades escolares, visando preparar os estudantes para um mundo cada vez mais digital em que não sejam apenas consumidores, mas principalmente produtores de tecnologia. Ela propõe a inclusão de conteúdos que vão além da alfabetização digital, abrangendo o desenvolvimento de competências como a programação, a análise de dados e a resolução de problemas a partir de três pilares: mundo digital, cultura digital e pensamento computacional.
Realizar essa integração com o currículo escolar requer uma abordagem interdisciplinar e prática. Isso pode ser feito por meio da incorporação de projetos que conectem a computação a outras disciplinas, como matemática, ciências e artes, além de promover o uso de ferramentas tecnológicas e plataformas de programação que permitam aos estudantes criar e experimentar.
Capacitar os educadores e garantir acesso a recursos tecnológicos também são passos fundamentais para uma implementação bem-sucedida, que visa não apenas ensinar habilidades técnicas, mas também desenvolver o raciocínio crítico e a criatividade.
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Os desafios são diversos para a implementação na prática, a partir dos quais se faz necessário o apoio às unidades escolares. Um dos principais obstáculos é a formação inadequada dos docentes, que muitas vezes se sentem despreparados para utilizar ferramentas tecnológicas de forma eficaz e ainda se sentem inseguros ao ensinar conteúdos de computação devido à falta de formação específica ou à escassez de recursos didáticos adequados e de infraestrutura.
Além disso, a desigualdade no acesso a tecnologias entre diferentes regiões do país pode dificultar a implementação uniforme da BNCC. Entretanto, é possível superar essas barreiras com estratégias inovadoras e exemplos práticos.
Outra dificuldade é a resistência à mudança nas práticas pedagógicas tradicionais, nas quais a tecnologia é vista como um complemento, e não como uma parte essencial do processo de ensino e aprendizagem.
Para superar e reverter esses desafios, é fundamental investir em formação continuada para educadores, promovendo oficinas e cursos que os capacitem a usar a tecnologia de maneira inovadora. Além disso, a criação de parcerias entre escolas, empresas de tecnologia e universidades pode facilitar o acesso a recursos e materiais didáticos.
Implementar um ambiente colaborativo, no qual a tecnologia seja integrada de forma interdisciplinar, poderá estimular o engajamento dos estudantes e tornar o aprendizado mais dinâmico, relevante e significativo. Ao abordar esses desafios com soluções práticas e inclusivas, a educação poderá se transformar, preparando os estudantes para um futuro cada vez mais digital e interconectado.
Um exemplo inspirador pode ser encontrado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Jardim Paulo VI, do bairro Jardim São Paulo, em São Paulo. A instituição implementou um projeto de robótica que não apenas ensinou programação, mas também promoveu a interdisciplinaridade.
Os estudantes, organizados em grupos, desenvolveram robôs que resolviam problemas locais, como a coleta de lixo em áreas de difícil acesso. Essa experiência prática não só envolveu os estudantes em um aprendizado ativo, mas também os conectou à realidade da comunidade, demonstrando a importância da tecnologia na resolução de problemas reais.
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Outra iniciativa bem-sucedida pode ser observada na Escola Estadual Aderbal Ramos da Silva, em Florianópolis, que adotou o ensino de algoritmos e lógica de programação em suas aulas de matemática. Os professores utilizaram plataformas online gratuitas para ensinar conceitos de programação de forma lúdica e acessível. Ao criar jogos e resolver desafios de programação, os estudantes melhoraram suas habilidades em raciocínio lógico e trabalho em equipe, refletindo diretamente no processo de aprendizagem.
Esses exemplos reforçam a importância de inserirmos a BNCC da Computação na prática, não sendo apenas uma questão de modernização, mas uma preparação para um futuro em que o pensamento computacional será fundamental em diversas profissões.
Ao abordar esses desafios de forma criativa e colaborativa, podemos garantir que todos os estudantes tenham a oportunidade de se tornar protagonistas de sua aprendizagem e cidadãos preparados para os desafios do século 21. Com isso, não apenas cumprimos uma diretriz educacional, mas também promovemos uma educação mais inclusiva, crítica e transformadora, que visa resolver problema de maneira colaborativa.
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