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O movimento que quer desligar crianças das telas

Criado por mães, Movimento Desconecta tem manual e já organizou encontro online com o pediatra Daniel Becker

Publicado em 06/06/2024

por Redação revista Educação

Em um esforço coletivo, famílias, escolas e educadores(as) de várias regiões o Brasil participaram terça-feira, 6, da primeira live promovida pelo Movimento Desconecta, criado por mães de uma escola particular de São Paulo preocupadas com o uso precoce e excessivo de smartphones e redes sociais por crianças e adolescentes. 

O movimento, que ganhou força em apenas dois meses, promove a ampliação de uma reflexão sobre a desconexão digital de crianças e jovens, incentivando uma infância rica em experiências reais, valorizando o brincar, a natureza e, consequentemente, o combate ao aumento de perigos e transtornos mentais entre este público. 

O pediatra Daniel Becker, durante a live do Movimento Desconecta, destacou que a exposição prolongada às telas pode levar a problemas de desenvolvimento neurológico e dificuldades de socialização. Ele alerta sobre os níveis crescentes de estresse e ansiedade associados ao uso excessivo de smartphones e reforça a importância de promover ambientes mais naturais e saudáveis para as crianças. 

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De acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2023, 95% das crianças e adolescentes entre nove e 17 anos acessam a internet, sendo que 97% usam o celular como principal dispositivo de acesso. Além disso, 24% das crianças começam a se conectar à internet antes dos seis anos de idade. A pesquisa também mostra que 88% dos jovens mantêm perfis em redes sociais, com o Instagram sendo a plataforma mais popular entre adolescentes mais velhos. 

Para combater esse cenário, o Movimento Desconecta tem se mobilizado e chamado a atenção de escolas, pais e educadores. Para Camila Bruzzi, uma das fundadoras do Movimento, o coletivo é a engrenagem crucial nessa importante mudança. 

Ligia Mori, diretora da Escola Nossa Senhora das Graças (Gracinha), em SP, enfatiza a importância de preservar espaços de brincadeira e interação direta nas escolas. ” Aprendemos com o outro, e esse outro precisa de uma interação que é direta, e não mediada por uma tela,” afirma.

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Para combater esse cenário, o Movimento Desconecta tem se mobilizado e chamado a atenção de escolas, pais e educadores (Foto: Shutterstock)

Ligia também ressalta os desafios na adolescência. “Quando maiores, fica um pouco mais difícil de controlar. Dentro de sala de aula, o estudante só pode usar o celular para fins didáticos, se autorizado pelo professor. Se o uso for inadequado, o dispositivo é retirado e fica na sala de orientação até a saída.” 

“A escola regula e media o uso de celulares, mas cabe à família um controle do uso que a criança ou jovem faz do celular. Se os adultos não têm autorregulação, não se desconectam e não demonstram outros hábitos como leitura, jogos e conversas, as crianças assimilam esses modelos. O ambiente de casa é muito importante nesse sentido” conclui Ligia. 

 

As quatro medidas urgentes segundo o Movimento Desconecta

Com inspiração nas recomendações do psicólogo estadunidense Jonathan Haidt, conheça as quatro medidas:

  • 1. Sem smartphones antes do ensino médio, somente telefones básicos, sem internet.
  • 2. Sem mídias sociais antes dos 16 anos. Vamos deixar o cérebro se desenvolver antes.
  • 3. Todas as escolas deveriam ser zonas livres de telefones celulares.
  • 4. Vamos trazer de volta o brincar sem supervisão. Somente assim os jovens podem naturalmente desenvolver suas habilidades sociais e se tornarem mais responsáveis.

Para saber mais sobre o Movimento Desconecta, baixar o manual e ter acesso a outras informações, acesse movimentodesconecta.com.br.  

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