NOTÍCIA
A educação socioemocional dos estudantes, para ter efetividade, precisa ser acompanhada pela educação socioemocional dos professores e gestores. Essa foi a base da fala da neuropsicóloga Adriana Fóz no painel O papel do educador na saúde mental e na aprendizagem socioemocional, durante o evento Socioemocional […]
Publicado em 15/09/2023
A educação socioemocional dos estudantes, para ter efetividade, precisa ser acompanhada pela educação socioemocional dos professores e gestores. Essa foi a base da fala da neuropsicóloga Adriana Fóz no painel O papel do educador na saúde mental e na aprendizagem socioemocional, durante o evento Socioemocional na Escola, promovido pela revista Educação, ontem, 14, no Teatro Fecap, em São Paulo.
Há cura para a epidemia do estresse docente?
“Quantos professores estão fora das escolas por conta de burnout ou de estresse nocivo? É uma quantidade muito grande. Por isso, o exercício da aprendizagem socioemocional é fundamental para a vida do professor. Para a sua saúde, para a saúde da sua família, para o seu trabalho e para os seus alunos, porque é por meio do exemplo do professor que o aluno aprende”, explica Fóz, que é também educadora e diretora da consultoria para instituições de ensino NeuroConecte.
De acordo com ela, a aprendizagem socioemocional está intrinsecamente ligada à saúde mental. Neste caso, a velha máxima dos protocolos de aviação – em caso de despressurização, primeiro colocar a máscara em si e depois nos outros – é de grande valor.
“Se só os alunos aprendem sobre habilidades socioemocionais, isso não gera um efeito real. A criança aprende pelo exemplo, ela espelha o que vê. Hoje, tem muitos estudos que comprovam o quanto o professor que desenvolve suas habilidades socioemocionais acaba impactando o desenvolvimento dessas mesmas habilidades nos alunos” defende a neuropsicóloga.
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Além da questão do exemplo, outro fator fundamental para a difusão dessas habilidades são as conexões entre as pessoas. No caso do contexto escolar, os vínculos entre estudantes, professores e gestores precisam ser genuínos para criar um ambiente favorável à promoção das competências socioemocionais. “A intencionalidade de efetivar essas habilidades tem que estar no adulto, no professor, na gestão, porque a conexão é que traz o sentido, a consistência e o senso de realidade”, explica Adriana Fóz.
Autora de livros como A cura do cérebro (ed. Novo Século) e Frustração – como treinar suas competências emocionais para enfrentar os desafios da vida pessoal e profissional (ed. Benvirá), Fóz ressaltou, com base em pesquisas de mercado, o quanto as habilidades socioemocionais serão cada vez mais exigidas no mundo corporativo. “Por isso, não dá pra nenhuma escola ficar distante dessa temática, porque isso será muito necessário para os alunos no futuro”, conclui a educadora.
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