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A maior faixa contínua de manguezais do planeta, com cerca de 8 mil quilômetros, está localizada na zona costeira do Amapá, Pará e Maranhão e as novas gerações representam um fator estratégico para a conservação e o uso sustentável desse patrimônio. “Elas serão os futuros […]
Publicado em 24/01/2022
A maior faixa contínua de manguezais do planeta, com cerca de 8 mil quilômetros, está localizada na zona costeira do Amapá, Pará e Maranhão e as novas gerações representam um fator estratégico para a conservação e o uso sustentável desse patrimônio. “Elas serão os futuros guardiões do meio ambiente e constituem o melhor caminho para as mensagens chegarem aos pais, provocando reflexões e mudanças de comportamento”, afirma Aila Freitas, educadora ambiental do Projeto Mangues da Amazônia, iniciativa que desenvolve ações pedagógicas de reforço e complementares ao currículo escolar em comunidades de reservas extrativistas que utilizam os manguezais como meio de sustento, incluindo a extração de caranguejo e a pesca.
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O projeto é realizado pelo Instituto Peabiru e Associação Sarambuí, com apoio do Laboratório de Ecologia de Manguezal (LAMA), da Universidade Federal do Pará (UFPA) e patrocínio da Petrobras. As atividades abrangem diferentes faixas de idade desde o início da vida escolar.
Na Escola Municipal Brasiliano Felício da Silva, na comunidade de Tamatateua, em Bragança, PA, o Clube do Recreio, voltado a crianças de três a seis anos, realiza atividades lúdicas na lógica de “aprender brincando”. Cartilhas sobre os manguezais foram especialmente produzidas para as atividades, com linguagem simples, cores e desenhos, abrangendo inicialmente 163 crianças de duas comunidades.
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“Ser criança nos manguezais é conviver com a natureza, enxergando detalhes que só eles conseguem pela paixão de pisar na lama”, enfatiza Aila, que conclui: “É um laboratório vivo de aprendizados, de forma que o principal desafio é preservar o meio ambiente fazendo parte dele, e não só para utilizá-lo depois”.
Já no Clube de Ciências, meninos e meninas a partir dos sete anos participam de encontros teóricos e práticos com cientistas sobre temas dos manguezais, inclusive expedições de campo para conhecer melhor a fauna e a flora típicas desse ecossistema. O objetivo é despertar um olhar mais científico, para além do conhecimento empírico que eles já possuem pela convivência com a natureza, semeando a vocação de futuros biólogos ou agentes ambientais.
“Já temos consciência de é errado desmatar; falta só convencer os pais”, revela o aluno Pedro Henrique Ribeiro, que junto a outros jovens do projeto contribui com o reflorestamento do manguezal na comunidade Tamatateua.
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