ARTIGO

Olhar pedagógico

Autor

Laura Rachid

Publicado em 18/02/2020

Cerca de 600 educadores da rede de escolas da UNESCO se reúnem em São Paulo

Encontro regional da Rede PEA aconteceu na capital paulista. Palestras sobre educação e entrega de certificado para as escolas que mais coletaram lixo foi entregue por membro do Ministério da Ciência e Tecnologia

O encontro regional da Rede do Programa de Escolas Associadas da UNESCO, Rede PEA, residentes em São Paulo, aconteceu no último sábado, 15, no particular Colégio Guilherme Dumont Villares, cuja gestora, Eliana Baptista, é também a coordenadora regional da rede em SP.

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Presente em todos os estados com 569 escolas associadas, São Paulo é o maior braço, com 318. Cerca de 600 gestores e coordenadores estiveram presentes para as palestras voltadas à área educacional. O ano internacional da fitossanidade, ou seja, da saúde das plantas, proclamado no mundo este ano pela UNESCO, foi um dos destaques. “Fitossanidade é o DNA do Brasil. É o que qualquer jovem precisa conhecer afundo, afinal, somos um país agrícola”, disse a coordenadora Eliana ao abrir o encontro. “Como vemos, o caminho da educação do século XXI está atrelado aos pilares da UNESCO”, finalizou.

O reitor do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia, José Carlos de Souza Junior foi um dos palestrantes e alertou que a sociedade ‘discretizou’ a educação. “Separamos o ensino médio do superior. Não há conversa”.

Já Rui Fava, doutor em Ciências da Educação, contextualizou o que ele chama de “evolução das revoluções na educação”, que tem a revolução agrícola como iniciante, seguida da revolução industrial. A industrial – à qual a escolarização ainda está amarrada -, segundo Fava, parte do princípio de que todos aprendem da mesma forma. Só que hoje, vivemos na revolução digital, com um currículo pedagógico por competência com aprendizagens individualizadas. Contudo, ele criticou que esses nós, cuja escolarização está amarrada, ainda precisam ser desfeitos, já que “na escola passamos informação e não experiência”.

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Mão na massa

escolas UNESCO

As cinco escolas que mais arrecadaram lixo eletrônico receberam certificado

A startup, Greenk, que promove o descarte correto do lixo eletrônico, se tornou um movimento de sustentabilidade com patrocínio até do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Em resumo, entre as atividades estão as ações de educação ambiental nas escolas junto à coleta de lixo eletrônico. Em 2018, 50 escolas participaram e coletaram 95 toneladas de lixo. Já em 2019, 234 toneladas foram entregues, sendo 56% das escolas associadas ao PEA. Foi a maior coleta da América Latina. As cinco escolas que mais se engajaram e arrecadaram, e que juntas somam 115 toneladas, foram premiadas neste encontro regional, com certificado entregue pelas mãos de Gustavo André Fernandes Lima, membro do MCTIC de que receberão computadores.

Aliás, a coordenadora nacional da rede, Myriam Tricate, também marcou presença e fez a divulgação oficial do encontro anual, que em 2020 será em Campos do Jordão, São Paulo, de 23 a 25 de setembro. “Fico de queixo caído de que somos 979 escolas, contando as oficiais e as candidatas. Com esse número é possível notar que arregaçamos as mangas. Vocês são a nossa força: braços, pernas e coração”, concluiu.

Associados

Dentre os presentes, a diretora Ruth Fernandes Zorneta, da Fundação Hélio Augusto de Souza (Fundhas), de São José do Rio Preto, contou à reportagem que a fundação ainda é uma candidata, mas que trabalha a educação digital e a cultura de paz com os cerca de cinco mil alunos, que participam das atividades no contraturno escolar. Bem como, entre os projetos que se encaixam nos pilares da UNESCO, Ruth revelou o da construção de banheiro ecológico, em que as crianças e jovens de até 14 anos tiveram o contato com a importância do saneamento básico.

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escolas PEA UNESCO

Educador Rui Fava durante a palestra

Assim também, teve até escola da Bahia, como é o caso da Escola Mundo Infantil, de Jequié, representada pela consultora e ex-diretora, Warinelia Fonseca. “Fazemos parte do PEA desde que chegou ao Brasil [em 1953]. Participei da reunião no Rio de Janeiro. A filosofia atrai, pois não estimula a competividade. Sem contar o tema anual, que nos faz conduzir a um trabalho significativo”. Ano passado a escola de Jequié trabalhou o vocabulário indígena com seus alunos. Houve um resgate, já que 2019 foi declarado pela UNESCO o ano internacional das Línguas Indígenas.

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