NOTÍCIA
De acordo com dados do Censo Escolar, escolas que atendem apenas crianças de 4 e 5 anos estão em declínio, enquanto as creches estão em expansão
Publicado em 12/03/2018
Em época de eleição, não há um candidato que deixe de prometer mais creches para a população. Há uma forte demanda social por esse tipo de atendimento e uma obrigação, prevista em lei, de aumentar a inclusão de crianças de zero a 3 anos na escola. Dentro de dois anos, 50% delas deverão estar matriculadas, como prevê o Plano Nacional de Educação (PNE). Atualmente, esse percentual é de 30,4%.
Dados do Censo Escolar 2017 mostram que há 116.472 escolas de educação infantil no Brasil – número que segue praticamente estagnado desde 2013. Porém, o total de matrículas nessa etapa escolar cresceu 11,8% no mesmo período.
A explicação para esse quadro vem de uma análise mais detalhada dos números do Censo, que mostra uma movimentação interna no setor. O número de instituições que oferecem exclusivamente pré-escola (para crianças de 4 e 5 anos) caiu 20,1% no período analisado, enquanto o de creches teve uma expansão 27,1%. Também aumentou em 18,9% o total de escolas que oferecem ambas as etapas.
Em resposta a essas alterações, o número de matrículas na creche foi o que mais cresceu: 24,4% contra 4,7% na pré-escola.
Sobre a gestão dessas escolas, o Censo Escolar confirma a prevalência da rede municipal, que responde por 71,5% das instituições nessa etapa. A rede privada praticamente completa a oferta de educação infantil, com 27,7% das escolas.
Em termos de infraestrutura, chama atenção a carência de equipamentos e espaços importantes. Apenas 29,6% das creches dispõem de área verde e esse valor é ainda menor nas pré-escolas (27,3%). Considerando todas as escolas de educação infantil, somente 29,7% contam com bibliotecas ou sala de leitura.