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Grande Encontro da Educação

Emergência climática: cientista alerta para riscos e necessidade de mudanças rápidas

Carlos Nobre fala sobre crise climática e o papel que o Brasil pode ter na redução da emissão de gases de efeito estufa

Publicado em 26/09/2024

por Juliana Fontoura

O alerta a respeito do aquecimento global e das consequências da emergência climática é antigo e tem se tornado cada vez mais enfático. Em painel realizado no Grande Encontro da Educação desta quinta-feira, 26, em São Paulo, o cientista Carlos Nobre, que integrou a equipe que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007, fez um panorama da situação atual, destacou a necessidade de mudanças rápidas e afirmou que nosso país pode ter um papel importante nesse movimento.

Riscos

O cientista alertou para os riscos do aumento da temperatura do planeta. Caso as emissões de gases de efeito estufa continuem, ele afirma que é possível chegar, ao fim desse século, ao aumento de 4ºC.

Com a elevação de 2ºC, ele alertou sobre um dos riscos: “Quando a temperatura sobe 2ºC e os oceanos atingem 2ºC, essa temperatura dos oceanos leva à extinção de praticamente todos os recifes de corais do mundo”.

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Sobre a preocupação com o cenário atual, ele explicou: “As políticas de reduzir esse risco, que são reduzir muito rapidamente as emissões dos gases de efeito estufa, estão muito lentas e não muito efetivas”.

Nobre destacou, também, que o planeta já está há quase 15 meses convivendo com uma elevação de temperatura acima de 1,5ºC. E que, se no ano que vem a temperatura seguir com esse número, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que acontecerá no Brasil, será a mais desafiadora.

Carlos Nobre emergência climática

Carlos Nobre destacou que cidades brasileiras com muita poluição já devem indicar uso de máscara
Foto: Marcos Muzi

Papel brasileiro na emergência climática

Por outro lado, há boas notícias – caso as ações necessárias sejam tomadas. “O Brasil tem todas as condições de ser o primeiro país a zerar as emissões”, afirmou o cientista.

Segundo Nobre, o Brasil pode zerar suas emissões até 2040. “Mais de 70% das emissões globais são pela queima de combustíveis fósseis”, explicou. “No Brasil, em 2022, 50% das emissões foram por conta do desmatamento, 25% da agropecuária e 18% de queima de combustíveis fósseis.” Desta forma, o país poderia chegar a zerar as emissões – isso porque a política brasileira é de zerar o desmatamento de todos os biomas até 2030. 

Nobre também alertou sobre a importância da transição energética (ou seja, garantir energia de maneira mais sustentável. O cientista destacou que a medida é importante não só para reduzir risco de aquecimento, como também para a saúde humana. 

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Autor

Juliana Fontoura


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