NOTÍCIA

Grande Encontro da Educação

Na educação infantil, é preciso estimular espaços de imaginação para não cair na armadilha da repetição, defende Paulo Fochi

Educador referência em educação infantil destacou a importância de impulsionar a “não convencionalidade” do pensamento das crianças e não eliminá-la por meio de explicações sobre o conhecimento canônico. Ele abriu o Grande Encontro da Educação, em SP

Publicado em 25/09/2024

por Juliana Fontoura

Se a criatividade já foi tratada como uma habilidade de poucos, hoje sabe-se que essa é, na verdade, uma competência que pode ser desenvolvida e que atravessa até mesmo as atividades cotidianas. É preciso, portanto, estimulá-la. Em painel que abriu o Grande Encontro da Educação, nesta quarta-feira, 25, em São Paulo, SP, o educador Paulo Fochi, referência em educação infantil, destacou justamente que a criatividade está presente no dia a dia e que é fundamental incentivá-la na primeira etapa da educação básica – uma vez que as crianças são abertas à curiosidade –, mas que esse incentivo não deve se restringir a essa fase. “Conforme vamos crescendo, vamos criando uma aversão ao não saber”, avaliou.

 

Paulo Fochi, referência em educação infantil

Paulo Fochi, referência em educação infantil, falou sobre criatividade durante abertura do Grande Encontro da Educação, em SP (Foto: Marcos Muzi)

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Fochi lembrou que, para educar para a criatividade, é preciso criar espaços propícios para isso. Um fator importante é o espaço para o silêncio e a contemplação – algo que, para os adultos, sobretudo com o uso das tecnologias, começa a ser algo incômodo. “A gente não tolera o vazio, o silêncio”, analisou o educador.

“Nesse mundo de excesso de dados e informação, a gente prefere ficar na superficialidade do dado do que nas profundezas do não saber, que é o que abre espaço para o querer saber”, completou. É nesses espaços que opera a criatividade, por isso é fundamental saber cultivá-los.

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No caso da educação infantil, ele destacou que é importante estimular a “não convencionalidade” do pensamento das crianças – como quando elas buscam, por exemplo, imaginar respostas e explicações para aquilo que ainda não conhecem. Isso porque o excesso de explicações – justamente nessa etapa tão propícia à imaginação – pode ser restritivo. Essa não convencionalidade, segundo Fochi, é um fator essencial para a educação de zero a seis anos.

O educador afirmou que, ao contrário do que se imagina, não se deve “eliminar” essa não convencionalidade por meio de explicações: na verdade, é preciso estimular as crianças a operarem nesse espaço. Isso porque é nele que as crianças podem experimentar por meio de perguntas, da imaginação e da criação. “Se não houver, na ação pedagógica, espaço para imaginação, criação e fantasia, começamos a cair na armadilha da repetição e do emburrecimento, que é não ter espaço de pensamento sobre minha ação no mundo”, destacou o educador.

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Autor

Juliana Fontoura


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