NOTÍCIA
CurtaEnem busca incorporar vídeos, filmes e séries aos projetos pedagógicos das milhares de escolas do país
Entre outras ações, o CurtaEnem dará a 250 mil estudantes da rede pública e a seus professores acesso gratuito a um catálogo de conteúdos audiovisuais de grande potencial pedagógico sobre temas presentes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O lançamento aconteceu em 24 de agosto, no Museu de Arte do Rio de Janeiro.
Patrocinado pela Claro e financiado pela Lei de Incentivo à Cultura, o CurtaEnem é uma iniciativa do Canal Curta! destinada a estimular e viabilizar a incorporação de vídeos, filmes e séries aos projetos pedagógicos das milhares de escolas do país, um dos objetivos da plataforma CurtaEducação, da qual faz parte. Dessa forma, o canal contribui para a concretização do enorme potencial educacional do audiovisual, objeto da Lei nº 13.006, que determina a oferta destes materiais aos alunos da rede pública.
“O projeto CurtaEnem busca democratizar o acesso ao conhecimento com um catálogo gratuito que aborda temas do Brasil e do mundo. Queremos criar uma comunidade na qual educadores troquem experiências e se inspirem, enriquecendo suas práticas. Nossa missão é dar ferramentas para que os alunos se preparem para o Enem, ampliando seu repertório cultural e desenvolvendo seu pensamento crítico, porque acreditamos que a educação é um direito de todos”, enfatiza Vanessa de Araújo Souza, produtora do projeto.
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O catálogo do CurtaEnem é composto por mais de 200 conteúdos, muitos deles premiados, sobre a história e a cultura brasileiras, bem como sobre ciência e temas globais atuais. Ele poderá ser acessado pelo site www.curtaenem.org.br, que está organizado por disciplinas, áreas de conhecimento e temas do Enem. Entre as obras, estão, por exemplo, os documentários Os Anos JK, sucesso de Silvio Tendler; Imagens do Estado Novo, de Eduardo Escorel, e Biocêntricos, de Fernanda Figueiredo, sobre o desenvolvimento de conhecimento a partir do meio ambiente, bem como a adaptação de Suzana Amaral para o livro A Hora da Estrela, de Clarice Lispector. Há ainda conteúdos que podem ajudar os estudantes a conhecerem melhor algumas profissões, como as séries Arquitetos Brasileiros e Design Gráfico Brasileiro, e outros sobre temas variados como as mitologias grega e afro-brasileira, a emergência climática e o racismo.
Professora de Biologia, mestre em educação em ciências e saúde pela UFRJ e envolvida na classificação de obras para a plataforma em áreas de ciência da natureza, Andrea Vianna comemora a criação do projeto:
“Me lembro quando, para utilizarmos um filme como disparador, precisávamos tê-lo em VHS e correr atrás do agendamento dos poucos videocassetes e TVs de tubo que as escolas tinham. Hoje é sensacional que uma plataforma ofereça tantos títulos com sistema de busca refinado, o que torna a utilização tão simples. Participar da classificação dos filmes foi uma experiência muito enriquecedora. Alguns títulos eu classifiquei utilizando as sinopses, mas outros eu fiquei tão encantada que optei por assistir. E quantas novas ideias, planos de aulas e insights eles me proporcionaram!”
Para Kátia Montinelli, coordenadora pedagógica do projeto, o uso do audiovisual no ensino médio e na preparação para o Enem é um instrumento valioso para despertar a atenção dos estudantes, tornar as aulas mais dinâmicas e envolventes e promover o desenvolvimento do pensamento crítico. Outras vantagens são facilitar a compreensão de conceitos complexos, como processos históricos e teorias sociais e contextualizar conteúdos em cenários reais, o que torna o aprendizado mais significativo. “Incorporar documentários e filmes em sala de aula facilita a adoção de metodologias interativas, como debates, projetos interdisciplinares e estudos de caso. Isso torna o ensino mais colaborativo e estimula os alunos a refletirem criticamente sobre a história e questões sociais”, avalia.
O projeto prevê ainda ações complementares de capacitação e orientação para o uso do audiovisual em sala de aula, voltadas para professores do ensino médio. São elas:
Curso Filmes que Ensinam – O uso de filmes no ensino médio: nele, serão oferecidos dois módulos sobre a inclusão dos conteúdos audiovisuais na dinâmica das aulas. O primeiro, com três aulas, vai tratar de conteúdos de História e o outro, com cinco aulas, de questões do século 21. As aulas serão independentes e ministradas por especialistas. A primeira, “Quilombos na luta pela abolição da escravatura”, ocorrerá durante o evento de lançamento do CurtaEnem, no sábado, ficará a cargo da professora Helena Theodoro e terá transmissão online. As demais terão como tema os regimes autoritários e a luta pela democracia, as diferentes faces do fascismo, o mundo digital e as novas mídias, a inteligência artificial e a inteligência emocional, a literatura e a sociedade, a emergência climática e a negritude e a educação antirracista.
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Concurso Procura-se Professor-Autor: vai premiar os melhores relatos de professores sobre experiências de uso do audiovisual em sala de aula feitos no site do projeto. O objetivo é fomentar o intercâmbio de experiências entre os docentes sobre a utilização da ferramenta, inspirando-os a inovar e alimentando a rede colaborativa do CurtaEducação, que tem mais de 60 mil educadores cadastrados. Serão distribuídos R$ 100 mil em prêmios.
Websérie “Filmes que Ensinam”: será produzida a partir dos materiais gravados no curso homônimo e disponibilizada no site do projeto. Em episódios curtos, permitirá uma imersão em filmes que abordam diferentes tópicos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), promovendo reflexões e debates sobre possíveis práticas de sala de aula.
O evento de lançamento do projeto, no próximo sábado, será realizado entre 9h30 e 16h e terá transmissão online. As vagas para participação presencial são limitadas e as inscrições devem ser feitas através do Sympla.
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