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Gestão

Programa NAVE reformula currículo do ensino médio para dialogar com as novas profissões

Iniciativa implementa trilha para formação de profissionais full stack em curso de programação de jogos digitais

Publicado em 14/05/2024

por Redação revista Educação

Um déficit de aproximadamente meio milhão de profissionais na área de tecnologia da informação no Brasil até o ano de 2025. Esta é a estimativa de um levantamento de 2023 realizado pela Google for Startups com a Abstartups (Associação Brasileira de Startups) e que o programa NAVE (Núcleo Avançado em Educação) de ajudar a mitigar já a partir deste ano com uma reformulação curricular voltada para a formação de profissionais full stack em suas escolas.

Programa NAVE

O programa mantém a Escola Estadual José Leite Lopes, o NAVE Rio, e a Escola Técnica Estadual Cícero Dias, o NAVE Recife (Foto: Reprodução Facebook NAVE Rio)

Fundado há 18 anos, o NAVE é resultado da parceria entre o instituto Oi Futuro e as Secretarias de Estado de Educação do Rio de Janeiro e de Pernambuco que oferece projeto educacional de ensino médio integrado ao profissional, com formações voltadas às áreas de economia criativa e tecnologia. 

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O programa mantém a Escola Estadual José Leite Lopes, o NAVE Rio, e a Escola Técnica Estadual Cícero Dias, o NAVE Recife, unindo o conceito de escolas públicas de ensino médio a cursos técnicos profissionais nas áreas de multimídia e programação de jogos digitais. 

“Esta reestruturação curricular comprova como o NAVE está atento às transformações do mercado profissional e suas oportunidades. Ao abraçar os pilares da inovação pedagógica, tecnológica e da integração com o mercado de trabalho como elementos intrínsecos e interdependentes, a formação full stack almeja não apenas formar profissionais capacitados para atender às demandas da indústria, mas também apoiar o desenvolvimento de indivíduos responsáveis, criativos e capazes de liderar a próxima geração de inovações no campo da TI”, afirma Carla Uller, gerente executiva de programas, projetos e comunicação do Oi Futuro.

Novas abordagens de conteúdo

Em sinergia com as demandas do mercado e buscando antecipar o desenvolvimento de habilidades relevantes para o sucesso de seus alunos, a reformulação curricular realizada pelo NAVE visa à formação de um dos perfis de profissionais de maior relevância no mercado, chamado de full stack. 

O termo se refere ao programador que é capacitado para desenvolver os mais diversos softwares e aplicações, atuando tanto no “front-end” – interface com a qual o usuário diretamente interage – quanto no “back-end” – que consiste na infraestrutura que possibilita a operação de um sistema.

Com uma carga horária de 480 horas de aulas ao longo de três anos, a nova grade curricular de formação técnica em programação de jogos digitais do NAVE apresenta uma abordagem inovadora que combina três pilares essenciais: inovação pedagógica, inovação tecnológica e aproximação com o mercado de trabalho.

A primeira destaca-se pela aplicação de metodologias educacionais centradas no aluno, estimulando a participação ativa, o aprendizado prático e a resolução de problemas reais. Ela busca não apenas transmitir conhecimento teórico, mas também desenvolver habilidades socioemocionais, preparando os alunos para os desafios dinâmicos do setor de tecnologia.

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Inovação tecnológica

No pilar de inovação tecnológica, o conteúdo adota uma postura proativa em relação às últimas tendências e ferramentas do universo full stack. Os participantes têm acesso a ambientes de desenvolvimento modernos, frameworks e linguagens de programação relevantes, promovendo uma imersão eficaz nas tecnologias mais demandadas pelo mercado. 

Já o terceiro e último pilar, de aproximação com o mercado de trabalho, contempla parcerias estratégicas com empresas e aulas com professores que possuem experiências no setor de tecnologia, proporcionando oportunidades como bootcamps, hackathons, mentorias e projetos práticos orientados por profissionais com longeva atuação na área. 

O objetivo é que, ao término do curso, os alunos formados estejam capacitados para desempenhar competências altamente requisitadas pelas principais empresas da atualidade, como: desenvolver sistemas front-end, back-end e mobile baseados na resolução de problemas reais; administrar bancos de dados para garantir a integridade e validade das informações; atuar em projetos multidisciplinares, em times diversos e orientados a colaboração, e ser resiliente frente aos desafios inerentes ao dia de trabalho.

A elaboração da nova proposta curricular partiu de um benchmarking composto em duas etapas: a aplicação de uma pesquisa de mercado (survey) com oito empresas e representantes do setor de TI, com envio de formulário de pesquisa sobre três temas a colaboradores com perfil full stack: perfil de contratação, tecnologias e linguagens, e competências e habilidades; e um benchmarking (desk research) de modelos, diretrizes e currículos para educação tecnológica com instituições nacionais e internacionais, como dos cursos técnico/a de informática – sistemas, do Instituto Tecnológico e Profissional da Figueira da Foz – INTEP, de Portugal, e do Advanced Placement (AP) Computer Science, da Fountain Valley High School, na Califórnia, Estados Unidos.

Sobre o Programa NAVE

Em um mundo que vive disrupções intensas trazidas pelas tecnologias digitais, novas formas de ensinar e aprender são essenciais. É com essa visão que o NAVE (Núcleo Avançado em Educação), programa desenvolvido pelo Oi Futuro, instituto de inovação e criatividade da Oi, em parceria com as secretarias estaduais de educação do Rio de Janeiro e Pernambuco, oferece ensino médio integrado à educação profissional e tecnológica, formando jovens para as economias digital e criativa, com foco na produção de games, aplicativos e produtos audiovisuais. 

Referência nacional no uso pedagógico de novas tecnologias, o Programa NAVE está se unindo a novos parceiros para formar a Aliança NAVE: uma rede de impacto na educação do país capaz de inspirar políticas públicas que consolidem a democratização de um ensino de qualidade no Brasil.

Sobre o instituto Oi Futuro

O Oi Futuro é o instituto de inovação e criatividade da Oi para impacto social, que apoia, desenvolve e cocria programas e projetos transformadores nas áreas de cultura, educação e inovação Social. Há 21 anos, o Oi Futuro estimula indivíduos, organizações e redes a construírem novos futuros, com mais inclusão e diversidade, por meio de ações e parcerias em todo o Brasil.

Desde 2005, o Oi Futuro mantém o Futuros – Arte e Tecnologia, um centro cultural no Rio de Janeiro com uma programação diversa e inovadora, que valoriza a convergência entre arte contemporânea, ciência e tecnologia. Com média de 100 mil visitantes por ano, o espaço abriga galerias de arte, um teatro multiuso, um bistrô e também o Musehum – Museu das Comunicações e Humanidades, com acervo de mais 130 mil peças históricas sobre as comunicações no Brasil. O Musehum oferece experiências imersivas e interativas que convidam o público a refletir sobre o impacto das tecnologias nas relações humanas.

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O Oi Futuro gerencia o Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados, que já apoiou mais de 2.500 projetos culturais em todo o país ao longo de 17 edições realizadas por editais públicos. Ainda na área cultural, o instituto idealizou e mantém o Lab Oi Futuro, no Rio de Janeiro, que oferece infraestrutura e formação para artistas, profissionais e empreendedores da economia criativa.

Na área de inovação social, o Oi Futuro lançou em 2017 o laboratório de soluções singulares e de impacto para as cidades e a gestão cultural. Desde então, já foram realizados 10 ciclos de aceleração com 153 organizações e negócios de impacto social, impactando diretamente mais de 1.150 gestores sociais com cerca de 15.900 horas de mentorias realizadas. O Oi Futuro tem promovido, assim, um ambiente de conexão, aprendizagem e criação para organizações e empreendedores comprometidos com a transformação de impacto. O Oi Futuro valoriza a diversidade e esse posicionamento se reflete nos números dos programas de aceleração: 52% dos gestores líderes não brancos e 54% são mulheres.

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