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Modelo de ensino brasileiro precisa valorizar habilidades e a educação internacional

Por Lara Crivelaro*: O atual modelo de ensino brasileiro enfrenta desafios significativos, pois não consegue atrair os jovens, atender às necessidades da vida real e do mundo do trabalho, e acaba afastando os estudantes mais carentes de alcançarem a conclusão de seus estudos. Nesse contexto, […]

Publicado em 07/06/2023

por Redação revista Educação

Por Lara Crivelaro*: O atual modelo de ensino brasileiro enfrenta desafios significativos, pois não consegue atrair os jovens, atender às necessidades da vida real e do mundo do trabalho, e acaba afastando os estudantes mais carentes de alcançarem a conclusão de seus estudos. Nesse contexto, é consenso entre educadores em todo o mundo que a educação formal precisa se concentrar no desenvolvimento de habilidades fundamentais para as carreiras do futuro que batem à nossa porta. 


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É necessário estimular as capacidades e aptidões dos alunos, preparando-os para um mundo em constante transformação, valorizando tanto as habilidades técnicas quanto as chamadas soft skills e oferecendo oportunidades de internacionalização do currículo, como exemplo, um duplo diploma já no ensino médio.

Educação universitária brasileira

No cenário da moderna economia global, a educação para a internacionalização é cada vez mais vista como uma necessidade essencial e não apenas como uma vantagem adicional. Reconhecemos que o Brasil possui um talento humano de qualidade que muitas vezes supera a capacidade de suas próprias universidades. 

Com exceção de algumas instituições de ensino de renome, a educação universitária brasileira nem sempre consegue aproveitar plenamente esse potencial de talentos. Portanto, é desejável e justificado que cada vez mais estudantes busquem a educação universitária no exterior, expandindo seus horizontes e trazendo novas perspectivas para a construção de um futuro promissor.

O modelo educacional brasileiro atual ainda é conteudista e afastado da realidade dos alunos, independentemente de sua classe social. No final do ensino médio, o que realmente importa para entrar em uma universidade no Brasil é um exame que avalia toda a história acadêmica dos estudantes, sem levar em conta quem eles são ou suas experiências de vida. 

A única habilidade avaliada para o acesso ao ensino superior no Brasil é a capacidade de memorização. No entanto, habilidades diversas não podem ser desconsideradas, pois podem e devem ser desenvolvidas e é exatamente isso que universidades estrangeiras fazem ao selecionar seus alunos.

À medida que os alunos convivem em diferentes meios sociais, culturais e religiosos, eles têm a oportunidade de descobrir e desenvolver habilidades que também precisam ser valorizadas em seu desenvolvimento pessoal e preparação para a vida adulta e o mundo do trabalho. É isso que torna cada aluno único e este perfil é avaliado e valorizado por universidades internacionais.

educação internacional
Foto: Freepik

Educação internacional

A avaliação baseada na história de vida do aluno, como é adotada nos processos de ingresso em universidades estadunidenses, por exemplo, valoriza as conquistas individuais, habilidades desenvolvidas, capacidade de liderança e perspectivas futuras. Preparar os alunos para o mundo, pensando globalmente e agindo localmente, é um dos desafios que a escola deve enfrentar. A educação internacional proporciona aos alunos uma enorme vantagem competitiva, pois o contato com novas culturas e perspectivas amplia o conhecimento e a criatividade para lidar com os desafios diários.

Além da vantagem competitiva, é importante ressaltar o crescimento pessoal e profissional que acompanha o diploma internacional. A experiência com o mundo estrangeiro traz conhecimento e habilidades para lidar com as dificuldades cotidianas

É fundamental repensar o modelo de ensino brasileiro, valorizando habilidades e promovendo a educação internacional como um diferencial competitivo. Devemos nos afastar de um sistema focado exclusivamente na memorização e adotar abordagens que estimulem o aprendizado significativo, construção do conhecimento e o desenvolvimento integral dos alunos. 

É hora de adotar metodologias interativas, com intensa participação dos estudantes na construção do conhecimento, e transformar o papel do professor em um mediador que auxilia cada aluno a aprender de forma consistente, raciocinando, correlacionando e criando. A educação é uma atividade contínua e prazerosa, que acontece em qualquer lugar e a qualquer momento, e a escola precisa se adaptar a essa realidade, preparando os alunos para um mundo globalizado e em constante mudança.

*Lara Crivelaro é doutora em sociologia e fundadora da Efígie Educacional

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Autor

Redação revista Educação


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