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OCDE levanta a importância de dados na América Latina sobre as habilidades de adultos na educação

Por Claudia Tamassia*: Na maior parte dos países da América Latina, as políticas educacionais das últimas décadas se concentraram em expandir matrículas e acesso à educação básica. No entanto, a região ainda precisa progredir em apoiar os adultos fora da educação básica em termos de […]

Publicado em 31/05/2023

por Redação revista Educação

Por Claudia Tamassia*: Na maior parte dos países da América Latina, as políticas educacionais das últimas décadas se concentraram em expandir matrículas e acesso à educação básica. No entanto, a região ainda precisa progredir em apoiar os adultos fora da educação básica em termos de equidade de acesso e treinamento técnico, conhecimento e habilidades do mercado de trabalho, e qualidade dos programas existentes. Mais importante, no Brasil faltam dados para avaliar a situação e apoiar políticas especializadas.


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O relatório recém-lançado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) Skills in Latin America: insights from the Survey of Adult Skills (PIAAC) explora o cenário das habilidades de adultos nos países participantes no primeiro ciclo do estudo. Este relatório foi apresentado no evento Avaliação e análise de habilidades de adultos para a América Latina – PIAAC, patrocinado pela Fundação Santillana, em São Paulo, em 3 de maio.

O que é o PIAAC

O Programa de Avaliação Internacional de Habilidades de Adultos (PIAAC) é uma iniciativa da OCDE voltada para apoiar governos na avaliação, monitorização e análise do nível e da distribuição das competências de processamento de informações como literacia, numeracia e resolução de problemas entre a população adulta. O capital humano é um fator determinante para o sucesso de indivíduos e economias. O PIAAC expandiu a definição de capital humano de nível educacional para incluir também medidas de habilidades em áreas-chave de processamento de informações.

A pesquisa constatou que os adultos (16 a 65 anos) nos quatro países participantes da América Latina – Chile, Equador, México e Peru – tiveram desempenho bem abaixo dos outros países participantes. Seja qual for a medida usada, e mesmo quando levamos em consideração a situação econômica. No caso de resolução de problemas em ambientes digitais, partes das populações não tinham as habilidades de tecnologia suficientes para concluir a avaliação. O Brasil não participa do PIAAC.


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O programa foi implementado em 39 países e economias durante seu primeiro ciclo (2012-18) e forneceu evidências para a formulação de políticas sobre as competências de adultos.

O Brasil não participa da pesquisa da OCDE que envolve 39 países
Foto: Shutterstock

Adultos na educação, segunda etapa

Agora, a OCDE está realizando o ciclo 2 da pesquisa com 31 países participantes e a expectativa é de que os resultados sejam vistos em 2024. O ciclo 2 continuará avaliando literacia e numeracia, com matrizes atualizadas para refletir as competências com as quais os adultos devem se engajar nas sociedades modernas. A possibilidade de acomodar novos países no programa será avaliada na próxima rodada, que começará em 2024.

A pesquisa fornece informações mais precisas sobre pessoas com baixo desempenho. Inovações significativas foram introduzidas: uma nova avaliação da resolução adaptativa de problemas, um novo questionário contextual de avaliação de informações mais ricas sobre educação e treinamento, e características do ambiente de trabalho relacionadas ao uso e desenvolvimento das competências, entre outros.

O PIAAC oferece uma rica base de evidências para análise relevante das políticas, entre elas o fornecimento de dados sobre o nível médio de habilidades de processamento de informações na população adulta, bem como as diferenças entre os subgrupos; os fatores associados à aquisição, desenvolvimento, manutenção e perda das habilidades ao longo do tempo; a recompensa das habilidades no mercado de trabalho; e o desempenho dos sistemas de educação e treinamento.

Também são trabalhados itens como a incompatibilidade educacional e de habilidades; equidade nos resultados educacionais e do mercado de trabalho; e competências socioemocionais.


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Reunir dados para atuar com eficácia

Além disto, o PIAAC permite uma melhor compreensão dos fatores relacionados ao desempenho educacional e do mercado de trabalho, e ajuda os países a avaliar seu progresso ao longo do tempo, definir metas nacionais e medir o progresso em relação a essas metas.

A América Latina tem um papel importante na economia mundial e contribui para o mercado de trabalho interno e externo. Dados sobre características do mercado de trabalho em qualificação, nível de habilidades e preparação para a vida facilitarão o desenvolvimento de políticas mais eficazes. Convidamos os governos estaduais e federal do Brasil a se unir ao PIAAC Ciclo 2 para coletar dados concretos sobre a situação e características da população adulta, suas habilidades e oportunidades no mercado de trabalho.

*Claudia Tamassia é gerente de projetos na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em Paris e responsável pelo PIAAC.

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