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A Camino School, escola particular localizada na zona oeste de São Paulo, conta com políticas específicas direcionadas à inclusão, como um Manual da Escola Antirracista (em desenvolvimento), pílulas da diversidade com estudantes, um comitê de diversidade, um sistema próprio de bolsas com foco nesse público, […]
A Camino School, escola particular localizada na zona oeste de São Paulo, conta com políticas específicas direcionadas à inclusão, como um Manual da Escola Antirracista (em desenvolvimento), pílulas da diversidade com estudantes, um comitê de diversidade, um sistema próprio de bolsas com foco nesse público, além de professores engajados.
A instituição também produz uma série chamada Diálogos, que visa discutir assuntos sensíveis com responsabilidade coletiva e já está na segunda temporada. O primeiro episódio (“Como e por que devemos falar de racismo para uma criança?”) já norteia o público sobre o tom do conteúdo e a série tem apresentação de Josimar Silveira, o Jones, que faz parte do coletivo Família Quilombo, cujas crianças são estudantes da Camino School.
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De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 54,9% dos brasileiros são autodeclarados negros ou pardos. No entanto, a taxa de analfabetismo entre essa população é de 9,3%, ao passo que entre brancos é de 4%.
Além disso, os rendimentos de pessoas negras equivalem a 57% de pessoas brancas, segundo a Oxfam Brasil. Como se não bastasse, um estudo do Instituto Ethos de 2016 revelou que, das 500 maiores companhias, 80% disseram não ter medidas efetivas de inclusão.
A importância da educação e a conscientização dos agentes do mercado de trabalho são dois componentes cruciais para uma mudança de cenário efetiva. Por isso, instituições de ensino têm um papel fundamental nesse debate.
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De acordo com Caio Garcez, expansions dean da Camino School, diversidade não é só implementar um programa de bolsas e aumentar o número de estudantes negros e indígenas na escola. “Isso é uma parte importante, mas não é suficiente. É preciso fazer muitas outras coisas, como criar os fóruns corretos para discutir essas questões. Aí entra também um lugar de humildade, de ter consciência que não sabemos tudo”, destaca.
O comitê de diversidade da escola, formado neste ano, surge dessa necessidade. Esse espaço articula sobretudo, famílias, educadores e colaboradores na discussão e construção das propostas. “A ideia é ajudar a pensar como podemos tornar essa pauta viva e o que ainda temos para melhorar. É muito importante ouvir a voz das famílias sobre como elas estão enxergando a escola, como os filhos estão se sentindo. Temos levantado boas discussões”, conta o gestor.
“Têm tópicos que a gente traz para eles, têm coisas que eles trazem para o grupo, como sugestões de formações e de textos. Em breve, vamos discutir o edital de bolsas”, diz Caio Garcez.
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De acordo com Garcez, o objetivo é gradualmente aumentar a proporção de estudantes negros e indígenas na escola. Em 2021, foram 15 bolsistas, mas ainda não há definição de quantos serão em 2022. As bolsas variaram de 75% a 100% e cobrem toda a experiência da criança na escola, o que inclui kit de uniforme, material escolar, acesso a equipamentos (modem com pacote de internet, dispositivos como tablets ou laptops), alimentação, bem como o custeio de passeios e saídas pedagógicas. “É um trabalho para zerar qualquer questão que possa atrapalhar a aprendizagem dessas crianças, o direito de estarem aqui.”
“Uma instituição, seja ela de qualquer área, deve oferecer condições de equidade. No dia a dia de uma escola, precisamos pensar: como fazemos com que essa criança se sinta pertencente? Não adianta conceder uma bolsa se o cenário social não a inclui. Um bolsista tem que se sentir representado, isto é, olhar para o professor e pensar que ele parece com seu pai ou mãe. A conexão que se cria entre famílias e escola nesse contexto é uma das ferramentas para evitar evasão escolar”, ressalta Leticia Lyle, cofundadora da Camino Education e diretora da Camino School.
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