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Para as aulas acontecerem durante a pandemia, as práticas de aprendizagem foram revistas na maioria das instituições escolares. Na Escola Lourenço Castanho, localizada na capital paulista, novos projetos foram implantados durante esse período, como um caderno digital para aproximar professor e aluno, contou a diretora […]
Para as aulas acontecerem durante a pandemia, as práticas de aprendizagem foram revistas na maioria das instituições escolares. Na Escola Lourenço Castanho, localizada na capital paulista, novos projetos foram implantados durante esse período, como um caderno digital para aproximar professor e aluno, contou a diretora pedagógica anos iniciais, Fabia Antunes. “Começamos a separar bem o que era síncrono e assíncrono para não perder os alunos em nenhum desses momentos”, acrescentou.
Nesse processo, os professores da Lourenço Castanho receberam e ainda recebem apoio de formação para saberem lidar com essa transição.
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Para Érica Coutrim, doutora em educação com experiência de consultoria para a Unesco e MEC, além de atuar em projetos no Brasil e exterior, o setor educacional precisa aprender a utilizar os dados, por exemplo, big data, como mecanismos de apoio às perdas de aprendizagem, que aumentaram em decorrência da pandemia. “Não estamos transformando e criando a tecnologia, a tecnologia está também transformando e criando novas formas da gente viver e se relacionar”, disse.
“Para esse plano de redução de perdas, tanto numéricas quanto do ponto de vista da aprendizagem, do cognitivo, do socioemocional, a minha sugestão é que ele ocorra por meio de uma taxonomia da digitalização da educação”, defendeu Coutrim.
Segundo Érica, para realizar a taxonomia é necessário analisar o seu próprio contexto a fim de buscar as soluções tecnológicas para o seu ambiente de aprendizagem. “Primeiro é preciso identificar de que perda estamos falando. A minha perda é diferente da sua perda. E de que forma essa transformação, essa transposição parcial e integral para o ambiente virtual afetou o meu processo de ensino e aprendizagem. Isso varia de grupo, de pessoa, de contexto, isso vai ser diferente em São Paulo, em Feira de Santana, diferente na Índia, na China, na Europa. Então a gente precisa analisar e mais uma vez utilizar a tecnologia a nosso favor para analisar.”
“Quando a gente fala a palavra compensar, logo nos remetemos à ideia de equilibrar, de colocar na balança, e quando a gente fala em perdas, significa pensar que ninguém perde o que não tem, significa que algo foi oferecido e se foi perdido. E nós temos situações, principalmente aqui na Bahia, que não houve oferta de aprendizado, não houve oferta de aulas, nós tivemos situações que ficamos o ano inteiro sem aula. Então na verdade não houve uma perda porque não aconteceu”, contou Lúcia Machado, diretora pedagógica do Colégio Ceteb, de Feira de Santana, Bahia, sobre o período de aulas durante esse período atípico.
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Segundo Lúcia Maria Machado, antes da pandemia o Ceteb já tinha um projeto chamado contrato de atividades de aprendizagem, que norteia o trabalho do ensino remoto e presencial, e com a chegada da covid houve uma reunião entre os professores para a criação de um planejamento estratégico.
Fabia Antunes, Érica Coutrim e Lúcia Maria Machado estiveram juntas, ainda que online, no painel Quais as práticas e estratégias híbridas que podem compensar as perdas de aprendizagem?, do IV Congresso Internacional de Inovação e Educação, que acontece em 26 e 27 de novembro.