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40% das escolas aplicam novas metodologias nas aulas digitais; evasão é maior na educação infantil

Informações são válidas apenas para São Paulo e compõem a pesquisa da ABED, ‘Educação básica e a pandemia da covid-19’

Publicado em 30/06/2020

por Redação revista Educação

Em São Paulo, instituições de ensino fundamental e médio praticamente não perderam alunos durante o isolamento social, chegando a cerca de 1% o trancamento de matrículas. O impacto maior é na educação infantil, em que a evasão chega a 15%, revela a pesquisa Educação básica e a pandemia da covid-19, da ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), feita de 25 de maio e 9 de junho, com 206 escolas privadas de 74 municípios do estado de São Paulo, das quais 187 oferecem educação infantil, 178 ensino fundamental I, 147 ensino fundamental II e 111 ensino médio. Apresentamos a seguir, os principais dados coletados.

Leia: Pandemia pode fazer 80% das escolas infantis falirem

Diante dos desafios financeiros, como, por exemplo, o aumento da inadimplência que ficou entre 25% e 50% a mais do que as escolas estão acostumadas, 16% delas demitiram funcionários administrativos e 17% demitiram professores do ensino fundamental I. As escolas também recorreram à suspensão temporária do contrato de trabalho e redução da carga horária. As funções mais preservadas foram a de gestores (houve até contratação) e de professores do ensino fundamental II e médio. Contudo, cerca de 60% das escolas não demitiram e não pretendem demitir esses colaboradores.

Aliás, as instituições que cobram mensalidades mais altas tiveram um pouco menos de evasão. Ainda segundo a pesquisa, quanto mais conteúdo as escolas continuaram trabalhando mesmo durante o isolamento social, menos abandono escolar sofreram.

escolas educação infantil evasão

Foto: Shutterstock

Investimentos e dificuldades

Em relação ao processo de aplicação da educação digital – todas as escolas ouvidas estão com ensino síncrono – os professores do fundamental I e ensino médio receberam mais apoio sobre o uso das ferramentas e melhores práticas do que os demais.

Dos gestores de educação infantil, 44% associam as suas dificuldades ao baixo comprometimento dos pais com a educação dos filhos. Uma vez que ofereceram, principalmente, atividades ao vivo e 64% das escolas esperava de um a três horas de dedicação dos pais por dia. Entretanto, a pesquisa pontua que vale a reflexão se a família não se sentiu atendida ou se, de fato, não está comprometida.

Já no ensino fundamental e médio, tendo os alunos uma presença acima de 75% nas aulas e atividades online, os gestores acreditam que os pais com filhos nessas etapas escolares estão satisfeitos com o que está sendo oferecido.

Ainda assim, 32% das escolas com fundamental I relatam, principalmente, a dificuldade de encontrar metodologias adequadas para o nível escolar e 21% das que oferecem fundamental II e 29% das escolas de ensino médio relatam dificuldades para equilibrar as contas, apesar destes terem sido os níveis mais poupados de cortes e que receberam mais investimentos.

Leia: Tutoria digital, ponto fraco nas escolas

Sobrevivência vs. inovação

A pesquisa também revela que apenas 19% das instituições acreditavam que a tecnologia escolar era essencial para o futuro – mesmo 74% utilizando aplicativos de comunicação com os pais –, e 55% ofereciam algum tipo de conteúdo digital para os seus alunos antes da pandemia.

Apenas em torno de 40% das instituições desenvolveram novas metodologias para este momento, no entanto, a maior preocupação dos gestores no pré-isolamento foi como desenvolver novas metodologias, apropriadas para o ensino remoto.

Com base nas informações coletadas, o relatório afirma que a necessidade de adotar novas metodologias, com mudança de práticas docentes e prioridades letivas, além de desenvolvimento de habilidades socioemocionais e habilidades do século XXI, apesar de percebidas como necessárias, de modo geral, ainda não foram colocadas em prática.

A saber, a pesquisa Educação básica e a pandemia da covid-19 contou com a parceria do Instituto Casagrande e o SIEEESP.

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Redação revista Educação


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