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Gestão

O tripé da sobrevivência escolar na retomada das aulas

Empresário educacional, Ulisses Cardinot apresenta possíveis caminhos a serem trilhados pelas escolas

Publicado em 25/06/2020

por Redação revista Educação

sobrevivencia-escolar Foto: Shutterstock

Por Ulisses Cardinot*: Das grandes redes de ensino que possuem milhares de alunos às pequenas escolas de bairro que lutam para sobreviver, a pergunta que move gestores, diretores e professores é a mesma: quando as aulas presenciais irão voltar?

Aquele que disser possuir uma resposta exata para esta questão mentirá. O retorno às aulas presenciais ainda está repleto de incertezas, e passará não somente por decisões políticas que caberão a cada governador, mas também a protocolos sanitários que precisarão ser rigidamente observados.

Leia: Diretoras escolares comentam as transformações pós-covid

Educadores de todo o Brasil estão aprendendo a lidar com uma realidade com a qual todos estavam pouco habituados a conviver e, em alguns casos, até mesmo a aceitar: “Não sei. Não tenho a resposta. Não há como buscá-la no Google”.

O que fazer?

A resposta – ou pelo menos o início dela – pode estar diante dos nossos olhos e nem ser tão original assim: se não podemos planejar o imponderável, devemos canalizar toda a nossa energia para aquilo que está ao nosso alcance.

Escolas que desejarem sobreviver à covid-19 precisarão priorizar aquilo que venho chamando de “Tripé da Sobrevivência Escolar”:

  1. A busca pela excelência nas aulas online;
  2. A elaboração de novas práticas visando ao retorno das aulas presenciais;
  3. A capacidade de adaptar-se ao que vem sendo chamado de “novo normal”.

Dos três itens, o primeiro parece ser o mais óbvio, mas o pânico em relação ao futuro pode fazer com que muitos se descuidem do presente. Não adianta cogitar o “amanhã” se não formos capazes de prover o “agora”.

Educadores precisam se unir em prol de uma verdade mais forte do que qualquer pandemia: nossa prioridade é o bem-estar e desenvolvimento de nossos alunos. Diante disso, todo o resto torna-se secundário.

É claro que este apreço pela excelência hoje não nos impede de pensar no amanhã. Neste exato momento, escolas estão pesquisando soluções sanitárias, esboçando protocolos que incluem eventuais rodízios de alunos, dividindo turmas para evitar aglomerações, adquirindo EPI’s, e muito mais.

Leia: Mentoria reversa e empatia nos tempos de pandemia

O “novo normal”

A comunidade escolar – especialmente as famílias – precisam notar que existe um movimento intencional, e que não há paralisia ou apatia ante as circunstâncias assustadoras que o Brasil vivencia.

sobrevivência escolar

Ulisses Cardinot é CEO da International School

Por fim, chegamos àquele que com certeza é o pilar mais desafiador do “Tripé de Sobrevivência Escolar”: a conscientização de que nada será como antes.

Abraços que antes eram corriqueiros (e, confessemos com tristeza, pouco valorizados por alguns) tornar-se-ão grandes acontecimentos. Brincadeiras e “bagunças saudáveis” precisarão ser administradas com cuidado. Festividades e eventos talvez ganhem novas configurações.

A verdade é que o “novo normal” ainda possui muitas incógnitas, mas já nasce ancorado em uma certeza: aqueles que não o negarem e nem se apavorarem com o seu surgimento estarão mais aptos a administrá-los da melhor forma possível.

E, talvez, daqui a algum tempo concluamos, juntos, que esta tempestade foi primordial para o surgimento de grandes marinheiros.

*Ulisses Cardinot é CEO da International School. Graduado em Pedagogia e com MBA em Economia e Gestão Empresarial pela FGV.

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Redação revista Educação


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