É professor de Língua Portuguesa e orientador educacional
Publicado em 15/04/2019
'No conselho de classe', o professor de Língua Portuguesa e orientador educacional, João Jonas Veiga Sobral cria diálogos do cotidiano escolar
— Vamos analisar agora a situação do aluno Pedro Alves, 1º A do ensino médio. Ele fez duas provas finais, física e língua portuguesa.
— Pedro é um aluno esforçado, apresenta dificuldades com cálculos e com interpretação de enunciados das questões e dos problemas propostos. Ele acertou parcialmente as questões, não obteve sucesso na maioria, mas mostrou raciocínio e compreensão dos conceitos. Foram erros de cálculo e de interpretação.
— Você considera que ele compreendeu os conceitos adequadamente ou apenas mecanizou o processo de feitura dos textos, apropriando-se de um modelo de execução dos exercícios!
— Como disse, Pedro compreende os conceitos, mas não consegue perceber a presença deles nos enunciados e comete erros bobos na execução das operações matemáticas.
— Mas, se ele não percebe os conceitos, não é possível que ele não saiba mesmo? Você crê que ele possa ser mesmo aprovado para a segunda série em física?
— Sim, se ele se esforçar muito, acredito que possa ser promovido, porque ele é muito comprometido. Faz todos os exercícios sugeridos.
— Mas você disse que ele é esforçado e que não obteve bom resultado na prova, não é? Ele acerta os exercícios que faz?
— Sim, verdade. Mas acredito no potencial do aluno. Acerta os exercícios na classe, mas erra na prova, porque comete erros bobos de interpretação de textos. Deve ficar nervoso.
— Pode ser, mas pode ficar nervoso porque não sabe, não é?
— Sim, pode ser, mas voto pela aprovação do aluno.
— Entendo. Vamos ouvir agora o professor de língua portuguesa.
— Pedro passou, fez uma prova razoável em redação e gramática, mas fez uma boa prova em literatura e interpretação de textos.
Posições ideológicas do MEC reacendem debate sobre alfabetização