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Colégio não renova matrícula de estudantes após apologia à tortura

Alunos do Colégio Antônio Vieira participavam de grupo no Whatsapp em que atacavam também mulheres e indígenas

Publicado em 18/11/2018

por Redação revista Educação

Colégio não renova matrícula de estudantes após apologia à tortura no Whastapp Colégio localizado em Salvador repudiou posicionamento dos alunos (foto: Mapa do Google)

Alunos do tradicional Colégio Antônio Vieira, localizado em Salvador, Bahia, foram proibidos de renovarem matrículas para 2019 e outros do 3º ano do Ensino Médio foram excluídos da formatura após enviarem mensagens no WhatsApp de apologia à tortura e violência, ofensas a mulheres e indígenas e ameaçar professora.
“Que tal mandar uns bandidos para as reservas indígenas? Aí eles se matam e matam os índios também. Índio é inútil. Só serve para ter feriado e cobrar pedágio”, são algumas das mensagens trocadas entre os jovens.
O grupo do Whatsapp denominado Direita Delirante possui como imagem de destaque o presidente eleito Jair Bolsonaro e é composto por cerca de 120 alunos de 14 a 17 anos do Ensino Médio do colégio Vieira. Além disso, havia um professor de Química como integrante – que devido à repercussão do caso já não dá mais aula na instituição.
“Eu tenho vontade de dar uma paulada na cabeça dela”; “Coloca em uma nina de carvão até morrer; “Tortura essas p*** dando 5 facadas logo”; “[nome do aluno] vai abrir o Ministério da Tortura. Mais importante que o da Cultura”, são outras partes das conversas.

colégio alunos apologia tortura no Whatsapp

Colégio localizado em Salvador repudiou posicionamento dos alunos (foto: Mapa do Google)

Posicionamento do colégio

O Colégio Antônio Vieira é uma instituição particular e faz parte da chamada Rede Jesuíta de Educação. Diante da repercussão do caso, o Vieira divulgou em 7 de novembro, uma nota de repudio nas redes sociais sobre os conteúdos enviados pelos alunos via WhatsApp e que tomariam providências (antes da decisão final).
Sobre o posicionamento de proibir a matrícula e a participação na formatura decisão, afirmando que os estudantes não sabiam o que estavam dizendo e que queriam chamar a atenção e chocar os colegas do grupo.
O coordenador pedagógico do ensino médio do Vieira, José Teixeira Neto, afirma que a equipe docente do precisa potencializar nos jovens atividades que envolvam valores humanos, afim dos estudantes desenvolverem respeito ao próximo.
Em 9 de novembro, em seu site e novamente nas redes sociais, o colégio exibiu uma “Nota de esclarecimento à sociedade”.

Leia a íntegra:

O Colégio Antônio Vieira tem uma bonita história em educação. Ao longo de mais de um século, quantas sementes férteis foram lançadas para a construção de um mundo melhor! Entendemos que, assim como a missão do semeador, a missão de formar homens e mulheres com e para os demais é desafiadora, complexa, mas profundamente gratificante.
Acreditamos na capacidade que o ser humano tem de aprender sempre e reordenar seus pensamentos e sua trajetória. Como esclarecemos em nota, o Colégio Antônio Vieira já está aplicando as medidas educativas pertinentes aos fatos lamentáveis que vieram à tona no início desta semana. No entanto, firmados numa ética do cuidado para com todos os envolvidos, entendemos que as decisões tomadas referem-se exclusivamente ao âmbito interno da nossa instituição.
Desejamos que este caso, que feriu profundamente os princípios e valores da nossa comunidade educativa, sirva para a reflexão de todos sobre a importância do engajamento coletivo na promoção de uma cultura de paz e de respeito para com os demais. Assim, cultivamos, uma vez mais, a esperança de ver “germinar a semente do Reino de Deus na história”.
Atenciosamente, Direção do Colégio Antônio Vieira

Acesse também:

Inteligência emocional na sala de aula
 

Autor

Redação revista Educação


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