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Profundidade e espaço para educadores e alunos, os desafios para o jornalismo de educação

Palestra do 1º Congresso de Jornalismo de Educação discutiu necessidade de a imprensa especializada estar mais próxima de quem vive cotidiano escolar - e de fazer uma cobertura mais aprofundada

Publicado em 03/07/2017

por Redação revista Educação

sala 738 14h jeduca-6835 Convidados debatem sobre cobertura de educação durante Congresso. (Crédito: Alice Vergueiro/Jeduca)

Convidados debatem sobre cobertura de educação durante Congresso. (Crédito: Alice Vergueiro/Jeduca)

Convidados debatem sobre cobertura de educação durante 1º Congresso de Jornalismo de Educação, em São Paulo. Da esquerda para a direita: Elisangela Fernandes (mediadora), Marcelo Rocha (jornalista na Mídia Ninja), Luiza Coppieters (professora de filosofia), Ana Elisa Siqueira (diretora da Emef Desembargador Amorim Lima) e Ronaldo Tenório (assessor de imprensa da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo).(Crédito: Alice Vergueiro/Jeduca)

Dar mais espaço a educadores e alunos e fazer reportagens que vão além dos casos de grande repercussão são dois pontos fundamentais para que a cobertura de educação melhore, na opinião daqueles que são normalmente procurados pela imprensa. Essa foi a principal discussão de palestra ocorrida no dia 29 de junho durante o 1º Congresso Jornalismo de Educação, em São Paulo. A mesa reuniu Luiza Coppieters (professora de filosofia), Ana Elisa Siqueira (diretora da Emef Desembargador Amorim Lima), Marcelo Rocha (fotojornalista da Mídia Ninja) e Ronaldo Tenório (assessor de imprensa da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo).
Marcelo Rocha, primeiro a falar durante o debate, contou sua experiência ao ser procurado pela mídia. Em 2015, ainda estudante do ensino médio, ele participou do movimento dos secundaristas contra a reorganização escolar proposta pelo governo do Estado de São Paulo, que previa o fechamento de algumas instituições. Ele participou da ocupação da Escola Estadual Maria Elena Colônia, localizada em Mauá. Marcelo criticou a cobertura do movimento pela imprensa, que acabou, segundo ele, focada nas escolas da capital paulista. “A gente começou a perceber que nossa escola não tinha visibilidade”, afirmou. Essa visão levou os alunos a criarem uma página na internet. “A página foi o grande meio de mostrar o outro lado.”
Para Marcelo, hoje estudante de jornalismo e fotojornalista na Mídia Ninja, a melhora da cobertura passa pela proximidade com aqueles que vivem o dia a dia escolar – e a atenção para pautas que vão além dos casos de grande repercussão. “Hoje, de dentro do jornalismo, vejo essa necessidade de buscar a narrativa a fundo, de estar presente. A questão é ouvir”, avaliou. “O que acontece é a terceirização do estudante, a entrevista com especialistas.”
A avaliação é corroborada pela professora Luiza Coppieters, que passou a ser muito procurada pela imprensa – e por estudantes de jornalismo – quando foi demitida da escola em que dava aulas depois de revelar ser transexual. Da sua experiência com a imprensa, ela afirmou acreditar que há pouco espaço para reflexão e reportagens mais aprofundadas, especialmente sobre a causa LGBT. Ela conta, por exemplo, ter explicado o significado do termo ‘transfobia’ a um jornalista, que disse que tentaria abarcar a explicação na matéria, mas que ‘o público não entenderia’. “Não há espaço para reflexão”, avaliou a professora.
Já Ana Elisa Siqueira, diretora da Emef Desembargador Amorim Lima, de São Paulo, destacou que a imprensa pode ser uma grande parceira para a melhora da qualidade da educação. A instituição onde trabalha passou a aparecer na mídia frequentemente como caso de sucesso na rede pública após reformular seu projeto político-pedagógico, inspirado na Escola da Ponte, de Portugal. Segundo Ana Elisa, a divulgação na mídia ajudou o projeto a se manter. “Ninguém acreditava que ia dar certo. A imprensa divulgou, muita gente foi nos procurar. De certa forma, a imprensa foi parceira”, afirmou.
Ronaldo Tenório, assessor de imprensa da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, destacou a importância da parceria entre assessores e jornalistas. “Também somos jornalistas do segmento de educação”, lembrou. Ele também afirmou não haver censura por parte do governo para que educadores da rede não falem com a imprensa. “Todos que querem devem, sim, se manifestar.”

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Redação revista Educação


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