Pesquisa buscou compreender quais as dificuldades os recém-egressos do ensino médio têm ao chegar ao trabalho e à universidade
Alguns jovens conseguem resolver um exercício de matriz mas não sabem analisar um gráfico. Outros, sabem qual a classificação sintática de cada palavra em uma frase, mas não conseguem interpretar um e-mail. Esta desconexão entre o conhecimento ensinado e testado na escola e o que é exigido nas situações da vida adulta foi comprovada em um estudo da Fundação Lemann, com apoio técnico do movimento Todos Pela Educação. Para a Pesquisa Projeto de vida, foram entrevistados jovens, empregadores, professores universitários e especialistas com o intuito de guiar a elaboração da Base Nacional Comum pelo Ministério da Educação.
Os 42 jovens entrevistados tinham entre 20 e 21 anos, um bom desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a maioria vinha de escola pública (81%). Além dos jovens se sentirem mal orientados pela escola para a vida adulta, os empregadores relataram sentir falta de competências básicas nos jovens que acabaram de se formar, tais como comunicação e operações financeiras.
As conclusões deste documento podem guiar o governo na elaboração de uma nova Base Nacional Comum curricular. Um dos apontamentos é que, atualmente, o jovem estuda muitos conteúdos em sala de aula, mas sente que falta aprofundamento no que será essencial no futuro. Além disto, a pesquisa afirma que o foco em conteúdo faz com que os currículos deixem de lado o ensino de habilidades e competências, e os alunos saem da escola sem saber como colocar os conhecimentos em prática. A solução indicada pelos especialistas entrevistados é que as escolas passem a focar no ensino de resolução problemas. O documento também traz apontamentos específicos para as disciplinas.