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Ensino Superior

Estar bem para ensinar melhor

A importância de manter elevada a autoestima dos professores para estimular o seu desenvolvimento pessoal, profissional e o desempenho na sala de aula Ser professor na atualidade requer competências que estão além do saber ensinar: é preciso agregar liderança, criatividade, proatividade, resiliência, comunicação assertiva, relacionamento interpessoal, […]

Publicado em 25/09/2014

por Ensino Superior

A importância de manter elevada a autoestima dos professores para estimular o seu desenvolvimento pessoal, profissional e o desempenho na sala de aula
Ser professor na atualidade requer competências que estão além do saber ensinar: é preciso agregar liderança, criatividade, proatividade, resiliência, comunicação assertiva, relacionamento interpessoal, dentre tantas outras habilidades que fazem parte do encantamento que é a troca de experiências e a construção do saber. Para que todas essas competências sejam possíveis, o professor deve cuidar da sua autoestima. O autoconceito positivo é a base para a autoconfiança, tão primordial em tempos difíceis para o ensino-aprendizagem.
A autoestima determina e direciona os pensamentos, emoções e comportamentos das pessoas. O senso de valor próprio e competência, a avaliação pessoal que uma pessoa faz de si são a base para os relacionamentos interpessoais e as trocas saudáveis em sociedade.
A autoestima é a fonte do nosso poder pessoal, da capacidade que todo ser humano tem de influenciar e ser influenciado. Em todos os tipos de relações a autoestima é o pano de fundo, pois ela determina o modo como o indivíduo se emociona, respira e age. Em situações de trabalho, por exemplo, pessoas com alta autoestima tendem a ser mais ágeis, a falar assertivamente o que querem, a lutar pelos seus objetivos.
Professores precisam ter autoconfiança para o exercício da docência. A autoconfiança consiste na previsão realista dos seus recursos internos disponíveis necessários para encarar um tipo de situação. Só a própria pessoa se conhece tão bem a ponto de prever possíveis atitudes, comportamentos e sentimentos diante de uma dada situação e qual a melhor maneira de agir sem agredir a si mesmo e ao outro. Uma pessoa autoconfiante tem mais chances de promover relacionamentos saudáveis, uma vez que conhece quais são os seus limites, avalia suas prioridades, respeita a si mesma e às suas emoções. A autoconfiança também está associada ao desenvolvimento de alteridade, isto é, o desenvolvimento da noção de que se eu sou um indivíduo, o outro também é um indivíduo e ambos devemos ser respeitados nas mais diversas relações em nossos direitos humanos.
A autoestima é a base da autoconfiança. Uma pessoa que se compreende de uma forma positiva tende a se direcionar pela vida de um modo decisivo. A autoconfiança atualmente é considerada uma competência a ser avaliada nos processos seletivos realizados pelas organizações. Pessoas autoconfiantes tendem a expressar confiança na própria capacidade de superar desafios e situações difíceis, investem mais no seu desenvolvimento pessoal e profissional e são mais resilientes. Um professor com estas características se torna um exemplo positivo e tende a ser mais feliz na sua profissão.
Quando a autoestima está em baixa, a tendência é projetar nas relações com o outro o modo como o sujeito vê a si mesmo. Ao pensarmos em como isso pode afetar a relação professor-aluno e ainda servir de base para a identificação de crianças e jovens, faz-se necessário criar medidas para que haja a valorização do professor, através da criação de ambientes de trabalho mais saudáveis, treinamentos e investimentos, para que este profissional, tão importante na nossa sociedade, tenha saúde de forma integralizada e biopsicossocial para enfrentar os desafios educacionais a que está exposto diariamente.
A escola tem um papel fundamental no desenvolvimento da autoestima. Temos visto a luta dos professores para serem valorizados e respeitados. A autoestima na vida adulta passa também pelo mérito da vida profissional e pelo respeito nas trocas das relações que se estabelecem, mas quando os embates se tornam duros demais, tanto no local de trabalho quanto fora dele, a tendência é que prevaleça o sentimento de desamparo diante da indiferença dos fatos.
Quando o professor tem dificuldades com seu próprio autoconceito, os alunos sentem isso e podem reagir de muitas formas, que vão desde introjeção e reprodução dos valores do professor até a depreciação do mesmo. É importante ressaltar que quando chegamos ao ambiente de trabalho não deixamos uma parte de quem somos do lado de fora. Por isso é importante que o professor invista na sua própria autoestima e incentive seus alunos a desenvolverem seu potencial de autoestima através de práticas que permitam a expressão do ser.
Temos visto muitos profissionais da educação com síndrome de burnout, depressão e tantos outros problemas de saúde que são gerados pelo estresse da profissão diante das condições oferecidas: falta de recursos para o trabalho, violência nas escolas, falta de respeito com o professor, desvalorização da classe pelos governos etc. A autoestima do professor precisa ser redescoberta, através de práticas que enaltecem o valor profissional e recuperam o mérito do ensino no país. Isso deve partir de todos os envolvidos no processo educacional e da sociedade.

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Ensino Superior


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