NOTÍCIA

Ensino Superior

Biometria no ensino

Dos filmes de espionagem para as salas de aula, técnicas de análise biométrica permitem maior segurança no acesso ao campus e constituem uma alternativa para a certificação de cursos on-line por Márcia Soligo A biometria é a análise das características únicas de cada indivíduo e […]

Publicado em 21/06/2013

por Ensino Superior

Dos filmes de espionagem para as salas de aula, técnicas de análise biométrica permitem maior segurança no acesso ao campus e constituem uma alternativa para a certificação de cursos on-line
por Márcia Soligo
177_42
A biometria é a análise das características únicas de cada indivíduo e um dos métodos mais seguros de identificação. A técnica é uma das soluções para aumentar a segurança no meio acadêmico, controlando e certificando com maior precisão a presença e a participação dos estudantes, seja em sala de aula, laboratórios ou por meio das plataformas de ensino a distância.
A margem de erro da biometria é ínfima, pois a técnica avalia traços pessoais e únicos de cada sujeito como íris, retina, impressões digitais, geometria das mãos, formato do rosto, voz e até mesmo o modo como o indivíduo se movimenta. O sistema biométrico funciona por meio da captura de imagens por um scanner e análise das informações por um software especializado, que compara a imagem registrada com os dados previamente armazenados. A técnica, por mais futurista que pareça, é antiga, os egípcios já utilizavam a análise de cicatrizes, cor de olhos e cabelos para identificar pessoas na época dos faraós.
Controle no acesso
Atualmente podemos ver o uso da biometria para a identificação de clientes em bancos ou no acesso a prédios comerciais. No meio educacional, porém, a tecnologia ainda é pouco utilizada, sendo mais difundida no Brasil para o controle de ponto de professores e funcionários, como no caso de unidades da Estácio de Sá, que adotaram o ponto biométrico para professores, e da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SP), para funcionários administrativos. Duas unidades do Senac São Paulo também utilizam a biometria para o controle de acesso de alunos, funcionários e visitantes. Implantado há quatro anos, o sistema já é aceito com naturalidade pelos alunos.
Um dos fatores que desmobilizam a adesão de um sistema de biometria está relacionado ao grande fluxo de pessoas nesses estabelecimentos. De acordo com Ana Paula de Lima, da Biometria Store, empresa especializada nesse campo, a leitura de uma digital leva de 3 a 5 segundos, um tempo considerável quando se tem um grande número de alunos entrando no prédio ou na sala de aula no mesmo horário.
Outro empecilho para o uso de equipamentos de biometria é justamente a possibilidade de esse sistema se tornar invasivo. Em 2012, a Universidade Newcastle, no Reino Unido, criou polêmica ao anunciar a necessidade do registro das digitais de estudantes para o controle de acesso. A medida, que serviria para comprovar a participação dos alunos em atividades estudantis, foi rejeitada ao se aventar uma possível conexão do sistema da universidade com o utilizado pela imigração do país.
Item de segurança
Por outro lado, a segurança é um dos principais motivos que levam à adoção de um controle mais rigoroso. É esse o motivo que justifica o uso de scanners para o reconhecimento de mãos no acesso aos dormitórios da Universidade da Georgia, nos Estados Unidos. Os residentes devem passar o crachá da universidade e colocar a mão direita sob o scanner para liberar a entrada no prédio. O sistema foi instalado nos dormitórios da instituição em 2000, mas já era utilizados nos refeitórios desde 1994.
“O equipamento é bastante efetivo no aumento da segurança no campus, mantendo visitantes indesejados longe das dependências da instituição”, diz Carrie Campbell, coordenadora de Relações Públicas da Universidade da Georgia. De acordo com ela, além de ser bem vista pelos alunos, a medida também agrada muito aos pais dos estudantes.
Olho digital
É no universo da Educação a Distância (EAD) que o uso do controle biométrico ganha maior adesão, já que fica mais complicado comprovar que o aluno matriculado no curso é o mesmo que está cumprindo o cronograma de exercícios. Para a identificação a distância já há diversas técnicas, que vão desde a análise biométrica física, pelo reconhecimento de voz, retina ou impressão digital, até a de comportamento, como velocidade de digitação e padrões específicos de movimentos.
A eficácia desse recurso na identificação de alunos e professores de cursos de EAD é defendida por Newton Campos, professor da IE Business School, na Espanha. Ele concorda que todas as opções de análise por biometria têm vantagens e desvantagens, mas ainda assim acredita que esses métodos prometem ser melhores do que os controles atuais, que utilizam a verificação de usuário e senha. O professor reforça a necessidade de garantir ao aluno que a sua identidade não seja divulgada irrestritamente, apenas a título de comprovação para emissão do diploma, por exemplo.
Para comprovar a participação nas atividades on-line e permitir a certificação do aluno a plataforma de cursos abertos Coursera empregou um sistema de análise por meio da velocidade de digitação. No momento a companhia realiza testes piloto com alguns cursos para observar a aceitação dos alunos. Além disso, estuda a criação de modelos de identificação remotos para que a comprovação do acompanhamento das aulas possa ser feita de qualquer lugar.

A biometria no ensino
Prós
– Segurança – além de certificar se o aluno é mesmo o aluno, a técnica permite garantir maior segurança dentro do campus, barrando a entrada de pessoas não autorizadas em lugares restritos.
– Impenetrável – a técnica de identificação biométrica é praticamente infalível, pois analisa características únicas de cada pessoa.
– Modernidade – coloca a instituição na vanguarda em termos do uso da tecnologia para controle de acesso.
– Reconhecimento – reforça a autenticidade da participação dos alunos nos cursos a distância e, desse modo, do próprio sistema de EAD. 
Contras
– Acesso a informações pessoais – por armazenar dados pessoais, corre-se o risco de utilização indevida ou não autorizada das informações de alunos e funcionários.
– Custo – a instalação dos equipamentos e softwares específicos para a leitura biométrica e sua manutenção ainda é cara.
– Dificuldades de adaptação – adotar o sistema também pode ser complicado no sentido técnico e psicológico, pois a mudança do sistema tradicional e adaptação ao novo requer tempo e a aceitação dos usuários.
– Liberdade vigiada – permite acompanhar a trajetória dos usuários, possibilitando alto controle do histórico pessoal.

 

Autor

Ensino Superior


Leia Ensino Superior

Foto 1 - V Balanzá_3

Saúde mental dos universitários de diferentes países em alerta

+ Mais Informações
shutterstock_1528360379

Com poucos professores negros, faculdades não possuem programas...

+ Mais Informações
Revista Ensino Superior destaque

Cai ingressantes de até 24 anos

+ Mais Informações
IMG_20220315_145850155_

Universitários ganham banco digital

+ Mais Informações

Mapa do Site