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Enem nas particulares

Como o exame moldou (ou não) o currículo do ensino médio de duas escolas privadas

Publicado em 19/10/2011

por Deborah Ouchana

Gustavo Morita
Colégio Móbile, em São Paulo: currículo não foi modificado em função do Enem

A apropriação dos temas cobrados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos currículos escolares e a atenção dada à prova não são consensuais entre as escolas particulares que obtiveram bons resultados no último exame.

No Grupo Bernoulli, em Belo Horizonte, os alunos do 3° ano do ensino médio contam com a ajuda de materiais didáticos, produzidos pela própria editora, que são voltados para a interpretação e resolução de questões estilo Enem.

Além disso, a escola trabalha com sistema apostilado – ao final de cada módulo, os professores são orientados a dar orientações aos alunos sobre como o exame trata os conteúdos e temas ensinados. “Dentro das salas cumprimos o conteúdo do ensino médio e nosso material tem questões que normalmente são vistas no Enem. Por isso, o aluno que aprende todo o conteúdo está treinando para a prova”, explica Rommel Fernandes, diretor de ensino da instituição.

Para atender à demanda gerada pelo Exame, a escola adicionou ao seu programa de história dois tópicos que não eram abordados antes: história africana e indígena. Além disso, os formandos do ensino médio têm ao longo do ano 16 sábados reservados para simulados da prova.

Em São Paulo, o diretor pedagógico do Colégio Móbile, Blaidi Sant´Anna, garante que a escola não adota estratégias específicas para o exame. “O Enem tem como característica avaliar o estudante em termos de habilidades e competências. Desde a educação infantil, trabalhamos para que os alunos tenham uma formação acadêmica aliada à ampliação do universo cultural. Assim, ele é ensinado a pensar além dos conteúdos”, afirma.

O diretor explica que os professores aproveitam o repertório dos alunos para formular estratégias para resolução de problemas. Os simulados aplicados aos estudantes do 3° ano do ensino médio são voltados para os vestibulares. “Nós não consideramos necessário fazer um simulado estilo Enem, porque nosso tipo de avaliação já dá conta dessas questões”, aponta.

+ Leia aqui a opinião de especialistas sobre a influência do Enem nos currículos do ensino médio

Autor

Deborah Ouchana


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