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Opinião

Autor

Redação revista Educação

Publicado em 26/05/2025

COP-30 e Brics: conflitos internacionais devem impactar acordos de cooperação

A atuação dos diplomatas e negociadores se torna fundamental, porém, desafiadora nesse contexto em que as questões ambientais são sobrepostas por interesses econômicos e de segurança dos países

Por Fernanda Brandão, coordenadora de relações internacionais da Faculdade Mackenzie Rio | Em 2025, o Brasil recebe duas reuniões multilaterais importantes na promoção da cooperação internacional em torno de temas necessários como questões ambientais e a cooperação econômica entre os países do sul global: a Conferência das Partes da ONU (COP-30) e os Brics (grupo formado por 11 países membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã).

Ambos os eventos, liderados pelo Brasil, são formas de fortalecer o protagonismo brasileiro no contexto internacional. No caso particular da COP-30, a conferência está relacionada com a volta do país ao cenário internacional ao ocupar uma posição de liderança e proatividade nas questões ambientais globais.

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A questão da mudança climática tem se tornado cada vez mais urgente. Se nos anos 90 a discussão girava em torno de como mitigar o aquecimento global, hoje já se trabalha com a perspectiva de adaptação às mudanças climáticas que já aconteceram e seus efeitos diretos sobre os padrões pluviais, os períodos de estiagem e fenômenos climáticos atípicos. 

Ou seja, torna-se cada vez mais importante a cooperação dos países para uma transição energética efetiva e justa, de forma a limitar o aquecimento global. Ao mesmo tempo, a necessidade de investimento para adaptação das cidades e da infraestrutura dos países diante das mudanças no clima já se mostram como inescapáveis. 

Assim, nos últimos anos, toma força a ideia de financiamento climático, que é a busca e captação de investimento voltados para a fomentação da transição energética, contribuindo para a mitigação das emissões de gases do efeito estufa e, também, para o investimento em cidades adaptadas à nova realidade climática global.

COP-30

Foto: Shutterstock

Planeta em tensão

Contudo, neste ano, a Conferência das Partes da ONU acontecerá em um contexto global de conflitos internacionais, de competição e de insegurança. A manutenção do conflito na Ucrânia, a guerra sem fim de Israel em Gaza, as ameaças ao Irã, as tensões e trocas de agressões armadas entre Índia e Paquistão, são exemplos de conflitos internacionais que aumentam as preocupações de segurança no contexto global.

No âmbito econômico, a guerra tarifária iniciada pelo governo Trump fragmenta antigas parcerias econômicas e promove um reordenamento das relações econômicas globais com o afastamento de parceiros tradicionais e a aproximação de novos parceiros. 

Esses eventos fortalecem o clima de incerteza e insegurança na política internacional, criando um cenário não propício para a cooperação em torno de temas como as questões climáticas, por exemplo.

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O problema da mudança climática é uma questão cuja solução depende de uma cooperação global ampla, cuja ação unilateral de um país tem efeito limitado sobre um problema que afeta todos os países em maior ou menor grau. 

Assim, o grande desafio para a diplomacia dos países e para as redes de advocacy em torno das questões ambientais é conseguir criar as condições para um acordo climático mais ambicioso em um cenário internacional não propício para a cooperação no âmbito multilateral. 

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