NOTÍCIA
Especialistas falam em possibilidades e desafios de implementar inovações tanto na educação básica quanto no ensino superior
Embora muito se discuta sobre inovações educacionais, implementá-las exige atenção para que realmente tenham sentido — tanto para os alunos como para os professores. Em painel realizado durante o GEduc 2025, congresso de gestão educacional que acontece até amanhã, 28, em SP, os palestrantes Fábia Antunes, diretora pedagógica da Escola Lourenço Castanho, e Alexandre Gracioso, especialista no desenvolvimento de competências socioemocionais com experiência no ensino superior, falaram sobre pontos como a importância de não se cair na ‘inovação pela inovação’ e os desafios da prática.
Fábia Antunes ressaltou que, em muitos casos, a inovação, de fato, não inova. “Muitas vezes, não estou fazendo nada de forma diferente, que vá gerar novos resultados”, afirmou, pontuando que, por vezes, trata-se de uma novidade que acaba por ser ‘um simples apetrecho’.
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Alexandre Gracioso reforçou a reflexão sobre ‘inovação pela inovação’, lembrando da importância de que haja sentido no que é adotado. O especialista também falou, por exemplo, sobre o formato das aulas: se todas forem transformadas em ‘show’, o show também irá cansar. Ressaltou, ainda, que é diferente preparar um curso de muitos encontros e preparar uma palestra.
Outro ponto levantado por ele foi o desafio de adotar novas metodologias pelo ponto de vista da recepção dos estudantes. Ele exemplificou com a sala de aula invertida, pensando sobretudo na realidade do ensino superior. “O estudante não gosta num primeiro momento de sala de aula invertida, porque exige outra postura”, analisou.
‘Inovações educacionais pela perspectiva dos estudantes’ foi tema de painel no GEduc 2025 (Foto: revista Educação)
A mediadora Valdenice Minatel Melo de Cerqueira, diretora institucional e de tecnologia do Colégio Dante Alighieri, lembrou que inovar não é só tecnologia. Fábia Antunes complementou que é importante ter princípios para avaliar o que faz sentido e o que realmente pode modificar a prática.
A diretora da Lourenço Castanho também ressaltou que é preciso proporcionar para os professores a mesma experiência que se deseja para os alunos. Por exemplo, se as formações para os docentes forem apenas palestras, a sala de aula será semelhante. Se forem utilizados outros formatos, o docente terá outras perspectivas.
O GEduc é um congresso de gestão educacional que reúne decisores de escolas e universidades de todo o país. Neste ano, teve início em 26 de março e vai até 28, sexta-feira, no Pro Magno Centro de Eventos, em São Paulo.
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