NOTÍCIA
O uso estratégico do brincar no planejamento escolar contribui para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças
O brincar não é apenas uma forma de entretenimento para as crianças — é também um importante instrumento de aprendizagem e desenvolvimento. Quando inserido de forma intencional no planejamento pedagógico, o lúdico se torna um aliado no ensino, ajudando a fortalecer competências cognitivas, sociais e emocionais.
De acordo com David Santos, pedagogo especializado em educação infantil, o desafio das escolas é planejar atividades que unam o brincar e o aprendizado de maneira equilibrada e estratégica.
“Muitas vezes, o lúdico é visto como uma atividade secundária dentro da escola, mas a verdade é que ele deve estar no centro da proposta pedagógica, pois a criança aprende melhor quando está envolvida e engajada emocionalmente, e o brincar proporciona esse ambiente de aprendizado ativo”, explica David.
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Estudos demonstram que o brincar está diretamente ligado ao desenvolvimento da criatividade, da resolução de problemas e das habilidades socioemocionais. Além disso, a Unesco reconhece o brincar como um direito fundamental da infância e ressalta que ele é essencial para o desenvolvimento integral. “A criança que brinca está exercitando a imaginação, aprendendo a se relacionar e desenvolvendo habilidades cognitivas importantes, como a tomada de decisões e a resolução de conflitos”, reforça David.
Na educação infantil, o brincar deve ser visto como parte essencial do currículo (Foto: Shutterstock)
Vale lembrar de pesquisas como as da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, que alertam que a brincadeira pouco está presente em creches brasileiras. Diante disso, para que o brincar seja realmente um elemento pedagógico, é fundamental que seja planejado de maneira estruturada dentro das atividades escolares.
O pedagogo elenca alguns caminhos para tornar o lúdico uma ferramenta eficaz no ensino:
A abordagem lúdica não impacta apenas os alunos, mas também beneficia os professores, tornando o processo de ensino mais prazeroso e eficaz. “Quando os professores incorporam o lúdico no planejamento, eles criam um ambiente de aprendizagem mais motivador e inclusivo. Isso facilita a retenção de conhecimento e melhora a relação entre aluno e professor”, destaca David.
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Uma pesquisa publicada em 2023 pela Harvard Graduate School of Education aponta que escolas que adotam práticas pedagógicas baseadas no brincar, apresentam maior engajamento dos alunos e menor índice de evasão escolar. “A ludicidade na escola contribui para que a criança queira estar ali, aprenda com mais facilidade e tenha um desenvolvimento mais equilibrado”, complementa o pedagogo.
Na educação infantil, o brincar deve ser visto como parte essencial do currículo. O pedagogo enfatiza que o lúdico não deve ser encarado como um momento de ‘pausa’ no aprendizado, mas sim como uma metodologia eficaz para a construção do conhecimento.
“Quando brincamos, estamos ensinando a criança a explorar o mundo, testar hipóteses e lidar com desafios de forma natural. Por isso, é fundamental que as escolas invistam em uma proposta pedagógica que valorize o lúdico e o torne parte essencial do processo educativo”, conclui.
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