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Gestão

Parcerias com a educação pública que geram efeito

Em comemoração aos 30 anos do Instituto Ayrton Senna, celebração reuniu secretários de Educação, prefeitos e autoridades

Publicado em 29/07/2024

por Redação revista Educação

Por Juliana Fontoura: Na busca por melhores resultados, a inspiração em práticas de sucesso é sempre um bom caminho a ser trilhado — ainda que não haja fórmulas prontas e universais. E na educação pública não é diferente. Em evento realizado na última quinta-feira, 25, em São Paulo, exemplos como o de Sobral, CE, Boca do Acre, AM, Domingos Mourão, PI, Licínio de Almeida, BA, Manaus, AM e Ribeirão Pires, SP, foram reconhecidos por seus bons resultados em parceria com o Instituto Ayrton Senna. 

Representantes de cada local puderam expor suas experiências no evento, promovido pela organização em celebração aos 30 anos de sua fundação.

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O primeiro painel, intitulado Agentes de transformação, destacou algumas dessas experiências, frutos de parceria entre o Instituto Ayrton Senna e os municípios. Um dos exemplos mais conhecidos do país e referência nos indicadores educacionais, Sobral foi representado pelo ex-secretário de Educação e atual prefeito Ivo Gomes.

políticas públicas

Painéis destacaram casos de municípios que conseguiram melhorar indicadores educacionais em trabalho conjunto com a organização (Foto: divulgação/IAS)

Ele compartilhou que o instituto detectou o problema que assolava o município (o mesmo que acontecia em outras cidades brasileiras) quando a parceria foi iniciada: crianças que chegavam ao 5º ano e até 6º ano sem saber ler e escrever.  

Além disso, lembrou da importância da gestão para a transformação da educação — o que foi, aliás, um dos pilares da discussão —, aspecto que foi trabalhado na parceria com o Instituto. Também ressaltou a importância de se combater a influência política na área.

“Até hoje, Sobral não tem influência política nenhuma no recrutamento de nenhum servidor da Secretaria de Educação”, afirmou Ivo Gomes. Isso mudou a gestão e deu autonomia às escolas. 

Educação pública com continuidade

Ainda no mesmo painel, Ana Dayse Dórea, ex-Secretária de Educação de Maceió, AL, lembrou da importância da continuidade para o sucesso de políticas públicas — ou seja, para que possam se estabelecer. Ela foi secretária de Educação do município por oito anos e contou que, ainda no início da sua experiência, havia dúvidas sobre sua continuidade, tendo em vista que, na gestão anterior, muitas trocas haviam ocorrido.

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Rossieli Soares, que já foi ministro da Educação e secretário da Educação do Estado de São Paulo, atualmente secretário de Educação do Pará, destacou o Projeto de Vida, implementado no estado de São Paulo para trabalhar as competências socioemocionais dos estudantes. O projeto foi realizado em parceria com o Instituto Ayrton Senna, que construiu os materiais utilizados em parceria com a Secretaria, além de processos de formação e revisão curricular, segundo o gestor.

Soares afirmou que São Paulo foi a primeira rede a realizar avaliação socioemocional dentro do Brasil — algo que se mostrou importante sobretudo pelo período em que ocorreu. 

“Nós fizemos a primeira avaliação em 2019, e veio a pandemia em 2020. É o único lugar do mundo que tem avaliação socioemocional imediatamente pré-pandemia e, depois, pós-pandemia”, destacou Rossieli Soares.

Também participaram do painel Luiz Miguel Garcia, presidente da Undime São Paulo e secretário de Educação de Sud Menucci, SP, que lembrou da importância de que a educação conte com políticas de estado — para além dos governos —, e Marcelo Beltrão Siqueira, prefeito de Coruripe, AL, que destacou a experiência da cidade alagoana, hoje com 94,1% de crianças alfabetizadas. 

educação pública

Viviane Senna, presidente do Instituto que leva o nome do irmão
(Foto: divulgação/IAS)

Experiências pelo Brasil

O segundo painel, chamado Políticas educacionais de sucesso, destacou as experiências de outros municípios pelo Brasil. Boca do Acre, AM, foi um deles: a cidade saltou de 43% de índice de aprovação nos anos iniciais e 48% nos anos finais em 2001 para 98,8% e 97,3%, respectivamente, em 2023.

Kelly Santos, gerente de educação que representou o município, destacou fatores como planejamento (com estabelecimento de metas), cumprimento da legislação (com cumprimento de dias letivos) e transformação das salas de aula, com o cantinho da leitura. 

No município, há desafios no acesso às escolas por conta de características geográficas da região (presença de rios) e fatores ambientais como a estiagem — que impede que as crianças utilizem catraias (embarcações) para chegar à escola. “É preciso ter muita persistência e resiliência”, afirmou a gestora.

Também foram apresentados os casos de Domingos Mourão, PI, hoje o maior Ideb do Piauí nos anos iniciais, com indicadores importantes como índice de alfabetização de 91,4% no 2º ano, além de Licínio de Almeida, BA, Manaus, AM e Ribeirão Pires, SP. 

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Redação revista Educação


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