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Edição 245

Para abordagem prática no ensino de ciências, professores precisam de formação específica em trabalho

Marcos Paim, diretor do programa Stem Brasil, defende oferecimento de capacitação aos docentes

Publicado em 14/12/2017

por Luciana Alvarez

Para abordagem prática de ciências, professores precisam de formação específica em trabalho

Foto: Shutterstock

Desde muito pequenas, as crianças podem – e desejam – fazer experiências. “Podem fazer descobertas inclusive com brinquedos. É possível também desenvolver trabalhos de campo dentro da própria escola ou do entorno. Conforme vai avançando, se aprimoram os conhecimentos e passam a ser trabalhadas questões mais complexas, de forma mais aprofundada”, explica Marcos Paim, diretor do programa Stem Brasil e de tecnologia da Worldfund. Stem é a sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
Para promover essas descobertas, o professor precisa de uma formação específica em trabalho, defende Paim. “Ele precisa de apoio para oferecer mais oportunidades de aprendizagem para seus alunos. A questão é como desenvolver projetos dentro da grade, dentro da rotina e das condições da escola, seguindo o currículo exigido”, afirma. Outra questão prática importante de ser discutida é a avaliação. “O professor se preocupa muito em como avaliar de forma justa”, diz. Trabalhos coletivos, nos quais os erros também promovem aprendizados, em que a atitude muitas vezes importa mais que o resultado final, precisam de outra cultura avaliativa. Se nas provas a busca é pela resposta certa, nas ciências a dúvida é mais importante.
“O professor precisa ter a segurança de estar num processo que dá liberdade para os alunos, mas que é estruturado. Ele tem de saber aonde quer chegar, identificar os pontos para melhorar com os alunos”, explica Paim. Para que isso aconteça, a capacitação tem de ser prática. “Muitas capacitações dizem o que eles deveriam fazer, mas raramente dão oportunidade de experimentar. A gente promove uma formação ‘mão na massa’, para que ele consiga dimensionar como levar isso para a escola.” Ainda que as aulas teóricas tradicionais sejam inevitáveis, se há processos investigativos os alunos ficam mais receptivos às ciências como um todo, porque passam a ver significado.
O programa Stem Brasil começou em 2009 com um piloto na cidade de Recife. Desde então, já ampliou sua presença para 15 estados, atingindo 4 mil professores. Atualmente capacita docentes do ensino médio e do fundamental 2. Em 2018, devem ser incluídos professores dos primeiros anos do fundamental. “Nossa meta é transformar a ação numa política pública. Queremos uma formação que seja impactante, e que o professor se sinta apoiado na escola”, afirma Paim.
Promover uma abordagem prática, com integração das disciplinas do Stem, é uma tendência global, mas ainda é uma “novidade” no Brasil, avalia Sérgio Freire, da Lego Education. “Lá fora o Stem é parte do currículo; nosso trabalho é incluí-lo nos currículos por aqui”, afirma.
“Estamos num movimento forte de desmistificar a tecnologia na educação. É um caminho sem volta, porque o futuro será baseado na tecnologia”, prevê Freire.

Leia mais:

http://www.revistaeducacao.com.br/os-desafios-dos-professores-de-ciencias-para-implementar-abordagem-investigativa-no-ensino/

Autor

Luciana Alvarez


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