NOTÍCIA
Educador referência em educação infantil destacou a importância de impulsionar a “não convencionalidade” do pensamento das crianças e não eliminá-la por meio de explicações sobre o conhecimento canônico. Ele abriu o Grande Encontro da Educação, em SP
Se a criatividade já foi tratada como uma habilidade de poucos, hoje sabe-se que essa é, na verdade, uma competência que pode ser desenvolvida e que atravessa até mesmo as atividades cotidianas. É preciso, portanto, estimulá-la. Em painel que abriu o Grande Encontro da Educação, nesta quarta-feira, 25, em São Paulo, SP, o educador Paulo Fochi, referência em educação infantil, destacou justamente que a criatividade está presente no dia a dia e que é fundamental incentivá-la na primeira etapa da educação básica – uma vez que as crianças são abertas à curiosidade –, mas que esse incentivo não deve se restringir a essa fase. “Conforme vamos crescendo, vamos criando uma aversão ao não saber”, avaliou.
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Fochi lembrou que, para educar para a criatividade, é preciso criar espaços propícios para isso. Um fator importante é o espaço para o silêncio e a contemplação – algo que, para os adultos, sobretudo com o uso das tecnologias, começa a ser algo incômodo. “A gente não tolera o vazio, o silêncio”, analisou o educador.
“Nesse mundo de excesso de dados e informação, a gente prefere ficar na superficialidade do dado do que nas profundezas do não saber, que é o que abre espaço para o querer saber”, completou. É nesses espaços que opera a criatividade, por isso é fundamental saber cultivá-los.
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No caso da educação infantil, ele destacou que é importante estimular a “não convencionalidade” do pensamento das crianças – como quando elas buscam, por exemplo, imaginar respostas e explicações para aquilo que ainda não conhecem. Isso porque o excesso de explicações – justamente nessa etapa tão propícia à imaginação – pode ser restritivo. Essa não convencionalidade, segundo Fochi, é um fator essencial para a educação de zero a seis anos.
O educador afirmou que, ao contrário do que se imagina, não se deve “eliminar” essa não convencionalidade por meio de explicações: na verdade, é preciso estimular as crianças a operarem nesse espaço. Isso porque é nele que as crianças podem experimentar por meio de perguntas, da imaginação e da criação. “Se não houver, na ação pedagógica, espaço para imaginação, criação e fantasia, começamos a cair na armadilha da repetição e do emburrecimento, que é não ter espaço de pensamento sobre minha ação no mundo”, destacou o educador.
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