NOTÍCIA
Em painel no Grande Encontro da Educação, Madu Costa e Luciana Viegas dividiram suas trajetórias na defesa de uma educação antirracista, inclusiva e anticapacitista
Como transformar a educação para que ela seja antirracista, inclusiva e anticapacitista? O primeiro painel da tarde do Grande Encontro da Educação, que aconteceu hoje, 25, em São Paulo, Madu Costa, professora, pós-graduada em arte-educação e escritora, e Luciana Viegas, autista e educadora popular e inclusiva, dividiram suas trajetórias e práticas e destacaram a importância da literatura, da formação docente e do trabalho conjunto.
Madu Costa definiu-se como “defensora de infâncias”. Durante sua exposição, ela contou sobre sua própria trajetória: falou sobre como, ainda criança, aprendeu com a mãe a gostar de música e com o pai a ler o jornal; mas, por outro lado, como também vivenciou o racismo na escola e na falta de representatividade – com livros que não tinham personagens negras, por exemplo, ou o fato de ter à disposição, à época, apenas bonecas brancas.
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Por meio de sua trajetória, Madu ajudou a transformar essa realidade: seja com a prática em sala de aula – trabalhando a história do continente africano, por exemplo –, seja por meio da publicação de livros que abordam a cultura da África e valorizam a autoestima de crianças negras e a diversidade.
Ao todo, ela tem 20 livros publicados. “De forma lúdica, a gente traz elementos das africanidades para trabalhar com as crianças na mais tenra idade, e vai educando o olhar dessa criança para a diversidade e reeducando nosso olhar para essa diversidade”, afirmou. Os livros, como a própria educadora destaca, destinam-se a todas as crianças.
Na sequência, a educadora Luciana Viegas dividiu sua própria trajetória na educação inclusiva, antirracista e anticapacitista. “Deficiência faz parte da diversidade humana, e ela não é uma palavra ruim”, destacou, logo no início de sua fala.
A educadora lembrou que o olhar “negativo” sobre a deficiência vem do capacitismo, da ideia que geralmente se tem da deficiência. Destacou também a importância de quebrar as barreiras que a sociedade impõe às pessoas com deficiência. Por exemplo, se um professor só sabe alfabetizar por meio da fonética, não vai conseguir atender a criança com deficiência que não fala. Por isso, é importante repensar e refletir sobre novas práticas.
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Luciana Viegas também reforçou que o trabalho conjunto é fundamental. “Educação inclusiva não se faz sozinha. E quem o faz, adoece”, afirmou. Desta forma, é preciso unir a atuação em sala de aula a políticas públicas, às famílias, além de estratégias pedagógicas e gestão escolar, por exemplo.
O Grande Encontro da Educação é organizado pela revista Educação e em 2024 está em sua 9ª edição.
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