NOTÍCIA
Inglês passa a predominar no currículo e o colégio se torna nova vitrine para o grupo Somos divulgar sua nova aposta: chegar às famílias que querem uma escola focada no bilinguismo, mas sem deixar o vestibular de lado
Ao completar 100 anos, o colégio francês Liceu Pasteur, localizado na cidade de SP, será gerido pelo grupo Somos Educação, que passará a dar mais ênfase ao inglês do que o francês. Embora tradicional, o colégio vinha encontrando dificuldade para se manter. A Somos, que pertence à Cogna, o maior grupo educacional brasileiro, assume integralmente a escola devido a uma oportunidade única, e a instituição passa a se chamar Liceu Pasteur Start Anglo.
Guilherme Mélega, CEO da Somos Educação, aproveita essa nova escola para difundir a marca Anglo Start Bilingual School, que pretende, por meio do mesmo sistema de franquia utilizado no Anglo — cuja Somos é a detentora —, buscar um tíquete mais alto. Ele explica que essa é uma maneira de crescer, uma vez que na mesma região poderá ter as duas marcas, que não concorrem entre si, já que uma marca foca em vestibular e a nova une bilinguismo (ou trilinguismo) e vestibular. Além do Liceu, mais dois colégios operam com a nova bandeira, em Alphaville e São José do Rio Preto, os três no estado de São Paulo.
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A nova franquia se apresenta como uma rede de escolas bilíngue de alta performance. “A gente está trazendo o nosso formato que mantém o sistema de ensino Anglo nas disciplinas como matemática, português, física, química, adicionando bilinguismo. A parceria com a Macmillan, ajuda no quesito línguas, mas haverá ênfase no socioemocional, pensamento computacional e empreendedorismo”, conta o CEO.
Nos anos iniciais do ensino fundamental, os alunos terão contato com linguagens artísticas para favorecer o exercício da expressão de sentimentos e pensamentos. Há também a adoção de uma matriz de projetos para que os alunos se tornem protagonistas do próprio aprendizado. Já nos anos finais do fundamental, haverá formação humanística dos estudantes ao lidar com questões contemporâneas de relevância para o presente e para o futuro por meio de simulações de debates e procedimentos de estudos variados, por exemplo. É o que conta Cláudio Kassab, representante da Fundação Liceu Pasteur e diretor-geral do colégio.
“O francês aparece em duas aulas semanais incluídas no horário regular e contará com experiências sistemáticas de imersão na cultura francesa que ampliam conhecimento e repertório dos estudantes, diluídas nos diversos componentes curriculares Start”, conta Cláudio sobre as novidades da parceria para os anos finais do fundamental.
Para Guilherme Mélega, a parceria ‘é um casamento que tem tudo para dar certo’. O CEO da Somos informa que o colégio foi muito aberto e delegou as decisões pedagógicas de como operar a escola para que a empresa pudesse fazer isso. Vale lembrar que o Liceur já adotava o Sistema Anglo.
“Eles vieram pedir apoio do nosso profissionalismo, querendo se aprofundar no Sistema Anglo e a gente propôs uma metodologia diferente, porque identificamos que o Liceu tem muita tradição, muito respeito. A marca é respeitada, mas faltava toda essa inovação, faltava um currículo mais adequado às expectativas das famílias hoje. Então, a gente ficou muito honrado quando recebeu o convite”, comenta o CEO Guilherme Mélega.
O diretor do Liceu, Cláudio Kassab, destaca que o fato das instituições estarem presentes há várias décadas e terem qualidade de ensino amplamente reconhecida facilitou o surgimento de sinergias que permitiram criar um ‘novo’ Liceu. Kassab conta que nos próximos anos a parceria será estendida para a educação infantil e ensino médio, com a perspectiva de um expressivo crescimento do número de alunos, de forma que a parceria seja uma flagship efetiva do Start Anglo Bilingual School para todo o Brasil”.
“O primeiro traço de inovação da Start é que ela vem com a proposta pedagógica, nisso, nós queremos equilibrar e entregar em concomitância uma formação acadêmica de excelência e o bilinguismo não como a aquisição do segundo idioma. A nossa concepção de bilinguismo tem a ver com a formação desse cidadão global”, explica Juliana Diniz, diretora responsável pelo projeto Start Anglo.
A história do Colégio Liceu Pasteur começa em 1908, quando o médico e psicólogo francês Georges Dumas e Charles Richet, médico e fisiologista francês vieram ao Brasil estabelecer contatos para criar um liceu franco-brasileiro. A eclosão da Primeira Guerra Mundial adiou a criação do colégio por alguns anos. Porém, em 1923, nasce o Lyceu Franco-Brasileiro “S. Paulo”, criado com a ajuda de grandes expressões da cultura paulista.
No início, o colégio funcionava em salas que pertenciam ao Liceu de Artes e Ofícios, e em 1925, mudou-se para um terreno na rua Mairinque. Desde sua criação, paralelamente ao ensino regular, o Liceu oferecia educação básica em língua francesa a crianças, adolescentes e jovens. Em 1941, por força da Legislação Federal, o colégio passou a se chamar Liceu Pasteur.
Anos depois, em 1950 e 1960, muitas empresas francesas começaram a se instalar em São Paulo. O colégio entendeu que era necessário fazer mudanças para atender as famílias dos trabalhadores, então apresentou ao Conselho Federal de Educação um projeto pioneiro em ensino experimental bilíngue no Brasil. A aprovação do projeto permitiu a criação dos Cursos Experimental Bilíngue e Complementar Especial em Língua Francesa, ambos estabelecidos em uma nova unidade do colégio, na Casa Santos Dumont, localizada na rua Vergueiro.
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