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Bett Brasil

Qual o futuro da EAD na educação brasileira?

Neste artigo, o vice-presidente acadêmico da Vitru Educação apresenta tendências que podem potencializar o ensino e a aprendizagem

Publicado em 23/04/2024

por Redação revista Educação

Por Janes Fidélis Tomelin*: Pergunta que muito interessa discutir — qual o futuro da EAD (educação a distância) no ensino brasileiro? Tenho duas notícias para dar: uma boa e outra ruim. Qual você quer primeiro? Este seria nosso diálogo inicial não é mesmo? Vou começar pela notícia ruim: não tem um futuro para a EAD na educação brasileira.

Isso mesmo, parece estranho em primeira reflexão, mas me acompanhe — o futuro não está restrito a uma única condição, são tantas as tendências que não dá para encarcerar nosso futuro como via linear.

A boa notícia é que atualmente dispomos de tantas tecnologias e metodologias que o plural se impõe, sendo assim, teremos futuros possíveis para a EAD na educação brasileira. Ou seja, existem muitos futuros a nossa espera e estamos diante de um ‘cone’ de oportunidades que quero te provocar a pensar.

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O título deste artigo é também o nome de um painel da Bett Brasil* que terá a participação de Janes Fidélis Tomelin e outros especialistas. Será amanhã, 24, às 11h30, no Fórum Ahead, segundo andar.

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A começar temos o aprendizado em foco, uma definição coerente com a matética tão bem anunciada por Comenius e que agora se faz prática na oportunidade de verdadeira mudança. Se a didática nos suportou como ciência do ensino e construímos grandes estruturas de instrução até aqui, agora estamos com a ‘faca e o queijo na mão’ para edificarmos a ciência do aprender, a matética.

Parafraseando Paulo Freire, ninguém ensina ninguém, estamos todos aprendendo uns com os outros tendo o mundo como mediação. Provavelmente você já experimentou o aprender sem ninguém nunca te ensinar, e pode não ter aprendido nada mesmo que alguém pretendia te ensinar tudo. Nossas tendências para futuros possíveis incluem muito mais aprendizado do que processos de ‘ensinância’.

Experiência de aprendizagem

Nesta convergência, estamos diante da oportunidade de melhor explorar a personalização do processo educativo. Se até então a didática nos favoreceu a construção de algoritmos de adaptabilidade de conteúdos, agora um dos possíveis é estruturar o aprendizado de forma personalizada.

E veja bem, não estamos defendendo o ‘neuromito’ de estilos de aprendizagem, estamos aqui referenciando futuros educacionais em que a EAD contribuirá para a personalização, para que o estudante encontre ferramentas, recursos e metodologias que o estimulem e o suportem na jornada do aprender.

Para isso acontecer, veremos uma evolução na integração de tecnologias emergentes como inteligência artificial, realidade virtual e aumentadas, multimeios de aprendizagem, multirrecursos de investigação, softwares para compilação de conteúdos e resolução de problemas.

Contudo, observe comigo a bifurcação, podemos tomar o caminho de enredar tecnologias para a instrução ou poderemos evoluir para convergir tecnologias para a investigação e desvelamento das realidades. Vejo, portanto, que as tecnologias educacionais serão cada vez mais integradas às plataformas de EAD para melhorar a experiência de aprendizagem.

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Diante deste quadro de novas tecnologias, justificará ainda mais o aprendizado móvel. Com o aumento do uso de dispositivos móveis, o EAD será cada vez mais acessível em smartphones e tablets, permitindo que os alunos aprendam em qualquer lugar e a qualquer momento.

Melhor do que isso, as paredes das salas de aula se ampliarão e permitirão que o estudante desbrave o mundo de onde estiver, sobre o local que estiver, mas numa experiência ainda mais global. Imagine você ter na palma da mão o acesso a comunidades de interesse, de estudo, de investigação, de trabalho e de ação social. Enriqueça ainda essa experiência considerando que os poderosos tradutores transporão as barreiras das centenas de idiomas.

Neste cenário de futuros vejo uma crescente na colaboração online. A aprendizagem móvel contará com plataformas de EAD que se integram cada vez mais a ferramentas de colaboração online, como salas de aula virtuais e espaços de discussão, para promover a interação entre os estudantes, professores, cientistas, artistas, investigadores e profissionais multidisciplinares.

Presente e futuro do EAD 

Vejo ainda que experimentaremos neste combinado de possíveis uma avaliação contínua e personalizada. Uma avaliação que não dependerá do gabarito da resposta esperada, mas da barema própria de cada estudante.

Como assim? Veja comigo: hoje a educação convencional estabelece uma matriz de respostas desejáveis, mais adequadas ou mesmo corretas sobre o ponto de vista do que se instruiu. Com as novas tecnologias poderemos ter diagnóstico de competências, por exemplo, que permitirão ao estudante ter balizadores de sua aprendizagem e desenvolvimento podendo assim optar por caminhos e estratégias mais adequadas. Penso que estamos pertos de descobrir o verdadeiro sentido da autoavaliação.

Imagino ainda, que com as novas tecnologias de avaliação teremos certificações de diagnóstico e reconhecimento das competências. Veremos um novo modelo de histórico escolar. Teremos pessoas sendo contratadas com as skills esperadas evitando os desencontros entre atribuições, expectativas e realidades.

Se atentar às oportunidades

Por fim, o futuro da EAD na educação brasileira é repleto de possibilidades e transformações. Com a integração de tecnologias inovadoras, a personalização da aprendizagem e a colaboração online, a EAD tem o potencial de revolucionar a forma como aprendemos.

A especialização na avaliação contínua e personalizada no reconhecimento de competências abrirá novas oportunidades para os estudantes e profissionais, tornando a educação mais inclusiva, dinâmica e adaptada às necessidades individuais. Estamos diante de um horizonte de oportunidades e desafios que nos convida a compensar e reinventar a educação no Brasil.

*Janes Fidélis Tomelin é vice-presidente acadêmico da Vitru Educação, mantenedora da UniCesumar e Uniasselvi

futuro EAD no Brasil

Foto: reprodução

 

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