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Políticas Públicas

Mudanças do Novo Ensino Médio diversificam a aprendizagem, diz especialista

Para Júlio Ibrahim, da FTD Educação, alterações estão alinhadas às demandas do século 21

Publicado em 27/03/2024

por Redação revista Educação

O projeto aprovado do Novo Ensino Médio, que agora segue para o Senado, reflete um intenso debate e negociação entre diversos atores sociais, incluindo o governo federal e os relatores do texto. Entender as nuances dessas mudanças é fundamental para compreendermos o impacto que terão na formação dos jovens e no panorama da educação no país.

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Para Júlio Ibrahim, diretor adjunto dos Sistemas de Ensino da FTD Educação, uma das principais empresas de soluções educacionais do país, as mudanças propostas são positivas, oferecendo aos estudantes um ensino médio cada vez mais alinhado às suas necessidades e desejos.

“Com o aumento da carga horária da formação geral básica sem a perda da flexibilidade de escolha dos itinerários formativos, estamos diante de um importante ajuste no ensino médio que se aproxima ainda mais de uma educação que de fato prepare nossos jovens de maneira mais completa e alinhada com as demandas do século 21”, acredita Júlio Ibrahim, que é formado em letras pela USP  e especialista em produção editorial, com duas décadas de atuação no mercado educacional e editorial.

De acordo com o especialista, manter aos estudantes a oportunidade de escolha em conteúdos de seus interesses permite mais engajamento, promove a inclusão de diferentes grupos e garante uma educação mais personalizada e significativa para os jovens, além, é claro, de buscar ser mais representativa.

“Certamente, há diversas discussões e análises a serem feitas para que as necessidades dos alunos sejam plenamente atendidas a fim de enriquecer o processo de ensino-aprendizagem no país, como oferecer recursos e ferramentas que estimulem a criatividade, o aprendizado ativo, a experimentação e o engajamento dos estudantes, preparando-os para os desafios do mundo atual e futuro”, afirma Júlio Ibrahim.

Novo Ensino Médio

Para Júlio Ibrahim, estamos caminhando na direção certa, mas ainda há muito a ser feito para combater a evasão escolar (Foto: divulgação)

‎Ele ressalta ainda que há uma excelente oportunidade para reduzir a evasão escolar no ensino médio, uma vez que cerca de 2 milhões de jovens não estão na escola.

“Dar a oportunidade para que eles possam ter suporte de programas de apoio socioeconômico, como o Pé-de-meia, recentemente aprovado pelo governo, e de reformas que tornem o ensino mais envolvente e relevante, como o Novo Ensino Médio, é uma evolução nas políticas educacionais”, reforça Júlio Ibrahim.

Segundo o especialista, vale lembrar que ainda há muito a ser feito para combater a evasão escolar, incluindo melhorias na infraestrutura escolar, fornecimento de suporte emocional e psicológico para os alunos, além de outras iniciativas essenciais. No entanto, “é importante ressaltar que estamos caminhando na direção certa” conclui o diretor da FTD Educação.

Com esforços contínuos e políticas educacionais eficazes, podemos criar um ambiente escolar mais acolhedor, estimulante e inclusivo, proporcionando aos estudantes as ferramentas necessárias para alcançarem seu pleno potencial e permanecerem engajados no processo de aprendizagem.

O que muda no Novo Ensino Médio a partir de 2025? 

O projeto que propõe mudanças no Novo Ensino Médio e aprovado na última quarta-feira, 20, pela Câmara dos Deputados traz importantes alterações:

  • Aumento da carga horária das disciplinas obrigatórias, como língua portuguesa e matemática, e ajuste correspondente na carga horária da parte eletiva do currículo;
  • Alterações na oferta de itinerários formativos, ou seja, os estudos que os alunos escolhem cursar de acordo com seus interesses;
  • Maior flexibilidade nos cursos técnicos, permitindo que as disciplinas eletivas ocupem uma parte maior da carga horária, especificamente nesses cursos.

‎Essa proposta ainda aguarda votação no Senado, onde poderá sofrer alterações no texto. A data para essa etapa ainda não foi definida.

Quais serão os benefícios para os estudantes com a nova organização curricular? 

Segundo Júlio Ibrahim, a nova organização curricular do Novo Ensino Médio traz benefícios significativos para os estudantes, mantendo a flexibilidade de escolha; diversificação de aprendizagem; e personalização do percurso educativo.

Com itinerários formativos específicos e cursos técnicos integrados, os alunos têm a oportunidade de explorar diferentes áreas do conhecimento, adquirir habilidades práticas e se preparar para o mercado de trabalho ou o ensino superior.

Essa abordagem visa a preparar os estudantes para os desafios do mundo real, promovendo inclusão, diversidade e uma formação mais completa alinhada com as demandas contemporâneas.

Veja como ficou a nova carga horária do Novo Ensino Médio 

  • Formação geral básica: de 1.800 horas para 2.400 horas nas disciplinas obrigatórias.
  • Itinerários formativos: de 1.200 horas para 600 horas nas eletivas (itinerários formativos ou curso técnico escolhido pelo aluno). ‎

Mais sobre Itinerários formativos

O governo e o Conselho Nacional de Educação (CNE) vão elaborar diretrizes curriculares para os itinerários.

  • Oferta mínima: dois itinerários, que precisam explorar as quatro áreas do conhecimento ou serem cursos de formação técnica e profissional.

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Disciplinas obrigatórias: o que mudou com a aprovação pela Câmara

  • Como era antes:

Anteriormente, apenas língua portuguesa e matemática eram obrigatórios em todos os anos do ensino médio, acompanhados pelas disciplinas de educação física, arte, sociologia e filosofia.

  • Com o novo projeto:

Com a aprovação pela Câmara, as disciplinas obrigatórias em todos os anos do ensino médio agora abrangem linguagens (língua portuguesa e língua inglesa), artes, educação física, matemática, ciências da natureza (biologia, física e química), e ciências humanas (filosofia, geografia, história e sociologia).

‎Cabe ressaltar que a língua espanhola passa a ser, no ensino médio, preferencial no oferecimento de uma segunda língua estrangeira, mas isto dependerá de cada sistema estadual de educação.

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