ARTIGO
Além disso, levantamento da Fundação Itaú/Datafolha também revela que professores são a principal fonte de consulta sobre atividades culturais
Publicado em 08/03/2024
Professores e instituições de ensino são mais consultados do que influenciadores digitais na hora de se informar sobre a realização de atividades culturais, revela a quarta edição da pesquisa recém-divulgada, Hábitos culturais, realizada pela Fundação Itaú em parceria com o Datafolha.
Contudo, 60% dos entrevistados dizem que se informam sobre o assunto dentro das redes sociais. 34% seguem a indicação de amigos e parentes, 32% se consultam por meio de propagandas, 22% utilizam sites de busca e outros 22% usam veículos de comunicação como forma de se informar sobre a realização de atividades culturais.
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Já 13% dos entrevistados disseram que se informam por professores, enquanto 12% se guiam por recomendação da escola ou universidade. Influenciadores são considerados por apenas 10% da amostra.
A influência dos professores é mais forte na faixa dos 16 aos 24 anos, segmento em que 16% dizem seguir recomendações destas fontes. A indicação da escola também é mais relevante nesta faixa etária, de acordo com 15% dos entrevistados. Os influencers são fonte para 17% dos respondentes de 16 a 24 anos.
A escola também aparece com um importante polo de realização de atividades culturais. Segundo a pesquisa, 41% dos entrevistados realizam atividades culturais em estabelecimentos de ensino, à frente de clubes (34%), teatros (24%), bibliotecas (20%), e museus (19%).
Anna Paula Montini, gerente do Observatório da Fundação Itaú destaca que o apontamento da escola como um dos principais locais para a participação em atividades culturais é importante para entender como a qualidade da educação brasileira pode ser melhorada.
“A escola deve servir como lugar de inspiração para crianças e jovens, tendo papel ativo no desenvolvimento integral destes alunos e usufruindo dos benefícios da arte e da cultura para a promoção de habilidades socioemocionais”, explica Anna Paula Montini.
A pesquisa foi realizada entre 1º e 28 de setembro e ouviu 2.405 pessoas de 16 a 65 anos em todas as regiões do país, por meio de entrevistas telefônicas e presenciais. Do total da amostra, 67% é formada por indivíduos que têm filhos. A média é de 2,4 filhos por entrevistado. 46% dos entrevistados têm filhos até 18 anos. 50% da amostra possui filhos com mais de 19 anos e 45 não souberam informar.
Dos respondentes, 7% levam em conta a opinião da crítica, com relevância maior na faixa dos 35 a 44 anos, estrato em que 9% se guiam por recomendações de especialistas.
Dos entrevistados com filhos (67% da amostra de 2.405 indivíduos ouvidos pelo Datafolha), 97% destacam que a participação de crianças e adolescentes é importante para o seu desenvolvimento. Já os 3% restantes, afirmam que não veem importância em atividades do gênero nesta fase da vida. O índice é maior nas classes AB (99%) e C (98%) e menor na classe DE (94%).
95% dos pais avaliam que essas atividades podem ser benéficas para a melhora do desempenho escolar dos filhos (71% concordam plenamente e 23% concordam em parte). O impacto positivo é melhor percebido nas classes AB (97%) e C (96%), já na DE, o índice é de 91%.
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Anna Paula Montini, evidencia que a cultura exerce um papel essencial na educação:
“A pesquisa deixa evidente que a cultura tem papel importante na educação e favorece o desenvolvimento integral. Isto pode estar associado a melhores experiências de aprendizado e melhora do clima escolar, por exemplo, além de fazer com que as crianças se sintam mais engajadas com a escola”, afirma a gerente do Observatório da Fundação Itaú.
Sobre a sociabilidade dentro de casa, 94% dos pais entrevistados afirmam que a prática de atividades culturais influencia positivamente o relacionamento em casa (70% concordam totalmente e 24% concordam parcialmente). O índice é maior em cidades do interior (96%) do que em regiões metropolitanas (90%). Dentro deste quesito, o impacto positivo é percebido de maneira semelhante, com variações dentro da margem de erro, por todas as classes sociais analisadas: AB (95%), C (93%) e DE (96%).
93% dos pais (69% concordam totalmente e 23% parcialmente) destacam que atividades culturais também influenciam positivamente o relacionamento das crianças e adolescentes com outras pessoas.
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