NOTÍCIA

Edição 293

O papel da educação básica na escolha profissional

Além de oferecer um preparo pré-vestibular para quem já se formou no ensino básico, instituição piauiense realiza parcerias com universidades para ajudar a expandir as escolhas profissionais dos alunos

formação profissional_2 Formação profissional: alunos trabalham com intensivos e simulados para a realização de vestibulares Foto: Vanessa Silva Xavier/ISA

Série apoiada pela FTD Educação | A formação profissional do estudante é preocupação de grande parte das escolas e famílias. Em 2022, com a chegada do novo ensino médio, os currículos passaram a dar mais visibilidade ao protagonismo do aluno, que procura, com o apoio dos itinerários formativos e projeto de vida, ter um direcionamento maior sobre sua escolha de carreira.


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“O novo ensino médio é um desafio para os alunos porque é um outro formato, mas estamos conseguindo desde o ano passado ter uma boa adesão. Hoje, nosso aluno tem a oportunidade de escolher a área que quer seguir com a possibilidade de mudar de trilha se desejar. No caso do professor, alguns perderam carga horária, outros ganharam, mas, como é o caminho a seguir, também tivemos a aceitação deles”, detalha Fernanda Marques do Nascimento, diretora-geral do Instituto Santo Agostinho, localizado no Piauí.

De olho nos recém-formados

Segundo Fernanda, antes das recentes mudanças no ensino médio, o cuidado com a formação profissional do aluno já estava presente desde a fundação da escola, em 2001. Além da atenção durante o ciclo de aprendizagem, trabalham com o pré-Enem, projeto voltado a alunos que terminaram o terceiro ano e que ainda precisam de um intensivo para prestar o vestibular. “Víamos que muitos de nossos alunos da região não conseguiam aprovação, então a escola veio com essa proposta de intensificar os estudos. No pré-Enem, com uma carga horária mais revisional e adequada, esses alunos que necessitam da aprovação nos vestibulares (não só do Enem) estão mais preparados para alcançar seus objetivos”, ressalta.

Apesar de o pré-Enem ser direcionado a alunos que já terminaram o ensino médio, alguns do terceiro ano também participam das aulas preparatórias no contraturno. “Eles têm uma programação de aula, bateria de simulados, todos os sábados estão na escola no horário do Enem para realizar as provas nas mesmas condições do exame. Fora isso, há semanas de revisões [tradicionais] e mensalmente revisões temáticas, ocasiões em que eles e o professor vêm para a escola fantasiados – é como se fosse uma aula show, uma aula diferente – com o objetivo de aprender, mas também de descontrair”, explica Luanna Eulálio, diretora pedagógica há três anos e com atuação na instituição há 12 anos.

A partir de 2024 o Enem se adequará ao novo ensino médio, por isso terá duas partes: uma de formação geral e a outra voltada aos itinerários formativos. A parte dos itinerários permanece uma incógnita. Ou seja, até o momento o país não sabe como será o exame.

Apesar desses impasses, a diretora pedagógica Luanna segue otimista: “estamos trabalhando com base no novo ensino médio. Se mudar, a escola se adapta também”.


Escute nosso episódio de podcast:


Os pilares

O Instituto Santo Agostinho trabalha sobre quatro pilares: verdade, carisma, conhecimento e amor. São pensamentos da filosofia de Santo Agostinho, os quais o fundador da escola professava, e deixou como legado para todos, proporcionando um espaço de acolhimento familiar. O termo ‘instituto’ veio com o propósito de, para além de trabalhar com a educação, servir como ajuda à comunidade. Atendendo todos os níveis da educação básica com uma mensalidade entre 600 e 800 reais em período regular, e chegando a 1.400 reais em período integral (opcional), a escola também oferece cotas sociais e patrocina jovens e adolescentes que praticam atividades esportivas.

Essa atenção com a comunidade fica visível nas parcerias com universidades e faculdades da região. Com o intuito de apresentar aos alunos as oportunidades de carreira e caminhos que eles podem seguir, traz profissionais ou estudantes de diversas áreas para compartilharem detalhes de sua vida profissional.

“Recentemente recebemos um grupo de advogados e professores da área de direito para conversar com os alunos e eles ficaram inspirados. Eles têm curiosidade de saber como é o dia a dia de cada profissão, quais são as dificuldades que o profissional enfrenta, as vantagens em cada área. E quando eles [os profissionais] estão aqui, os alunos perguntam de tudo, desde o salário, os desafios, até o motivo pela escolha da profissão. É um momento de muita troca”, conta Luanna.

Formação para as famílias 

Desde o ano passado, a escola trabalha com formações direcionadas às famílias. Entre elas há um encontro bimestral. São diversos temas que a escola procura proporcionar para os pais: ciclo de confiança; como trabalhar limites tanto na relação pais e filhos quanto na relação aluno e escola, entre outros. “A gente não consegue trabalhar com o aluno sozinho. A partir do momento em que a família está mais instruída acerca de todos esses assuntos que fazem parte do contexto de seu filho, ela pode nos ajudar a alcançar o nosso objetivo maior que é a formação de maneira integral”, aponta Fernanda.

Para Luanna, o trabalho com a família proporciona uma aproximação e um entendimento maior do laço entre escola, família e aluno. Um espaço de troca que gera contribuições para os dois lados, inclusive para o desenvolvimento da escola. “Eu acredito que só precisamos de um pouco mais de investimento e políticas públicas. O caminho é a educação. Pessoas que realmente absorvem isso se tornam adultos promissores, profissionais comprometidos e honestos. E isso só tende a acrescentar para o nosso país”, conclui.

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Autor

Série Futuro da escola | Apresentado por FTD Educação


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