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Para prosperar temos que ouvir

A Escola do Bosque, localizada próxima ao Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, capital, entra no seu 51º de existência. Filha da fundadora, Silvia Scuracchio mantém com o marido José Roberto uma empresa saudável, hoje com 500 alunos, do infantil ao fundamental […]

Publicado em 19/01/2022

por Redação revista Educação

Escola Bosque (3) Data: 28/02/2020 Local: Escola Bosque Rua Lacedemonia, 98 - Vila Mascote, São Paulo - SP Pauta: Grupo de criancas em sala de aula de robotica na Escola Bosque. Foto: Celso Doni

A Escola do Bosque, localizada próxima ao Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, capital, entra no seu 51º de existência. Filha da fundadora, Silvia Scuracchio mantém com o marido José Roberto uma empresa saudável, hoje com 500 alunos, do infantil ao fundamental 2, com tíquete de 2.000 reais. Quando a mãe iniciou, Silvia tinha 11 anos. Ao casar resolveu comprar a escola, resolvendo um problema sucessório que poderia aparecer mais tarde.

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Leia: Diretora e diretor escolar falam de seus desafios e conquistas

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No final de 2021, ao completar 50 anos, Silvia Scuracchio, uma educadora ativa e participante de grupos de estudos, fez as reflexões abaixo para esta plataforma:

“Quando se fala em mudança na escola, tem que ser com o professor. Não é simplesmente dar curso, isso todo mundo faz. É preciso olhar de forma holística. Quando iniciamos essa transformação, nivelamos nossos professores, para que não se sentissem intimidados, a ponto de falarem:  isso aí não é pra mim.

Silvia Scuracchio, atual diretora pedagógica da Escola Bosque (foto: divulgação)

Se não fizer esse trabalho ele vai sentir sempre aquilo como um fardo, uma coisa a mais que ele vai ter que fazer, portanto é uma mudança de paradigma. O professor deve entender que a tecnologia facilita o processo de ensino e aprendizagem. Quando incorpora isso, gosta e percebe o feedback dos alunos. Fizemos a rápida mudança 100% digital para online, e uma palavra que os professores usavam é que se sentiam empoderados.

Nesse período de pandemia, tivemos um prejuízo pequeno, e foi necessário usar as reservas, mas não dispensamos nenhum profissional, mesmo aqueles que davam atividades extras. A gente tentou segurar o máximo que deu então isso acaba tendo problema porque alguns pais perderam o emprego ou viviam de profissões que naquele momento da pandemia não tinham rendimento. Demos desconto para várias famílias, acho que todas as escolas fizeram.

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Leia: Novos formatos de aprendizagem

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A nossa responsabilidade com alunos até o fundamental 2 é enorme porque temos que prepará-los para todas as realidades. No segundo semestre fazem curso de revisão. Todo esse novo processo do ensino médio, além de ser um grande desafio é algo que gera um custo maior para as escolas, porque você tem uma série de conteúdos de trilhas de aprendizagem.  

Outro aspecto que a gente tem buscado é a transformação de ambiente de aprendizagem. Todas as salas, todos os ambientes mudaram para serem colaborativos, mais propícios, mais atraentes para essa meninada, então é fundamental que as pessoas nessa busca de inovação também pensem nos espaços.

As ameaças para escolas como as nossas são as que estão surgindo com lastros de grandes grupos financeiros, com ticket médio de 850 reais, oferecendo período integral, atividades esportivas, tecnologia, robótica e tudo mais por 850 reais.

Isso é um problema porque o valor é muito abaixo de qualquer coisa que possa ter com 20 alunos na sala de aula. Eles trabalham com números, volume, e com uma mensalidade de 850 reais você enche a sala com 40 a 50 alunos nas séries iniciais e 70 nas séries finais.  Se prosseguir o que se fala que está no legislativo, que é a possibilidade de o governo transferir alunos das escolas públicas para essas que estão surgindo, aí será o fim.

Por isso, deve-se fazer pesquisa com as famílias, estar próximo. Temos hoje uma pessoa só de relacionamento, para ligar para os pais, ver se está tudo certo.  Por exemplo, no período de matrícula, ela ligou para todos os responsáveis por alunos. “Posso ajudar em alguma coisa? Ah, preciso receber o meu 13º.  Ok, podemos acomodar suas necessidades”. Isso ajudou muito, houve um desgaste menor.

Vou à sala de aula, sento com eles: “e aí turminha, tudo bem, tudo em ordem? O que vocês acham que podemos melhorar?” Saber ouvir, esse processo de escuta tem que ser cada vez mais o grande trabalho dos gestores. Ter ouvido as famílias foi a base para o trajeto nesses períodos mais difíceis. Porque não adianta fazer uma pergunta que eles não possam se expressar. Ou você de uma certa forma escuta o que as pessoas querem te dizer ou você vai morrer fechado”.

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Redação revista Educação


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