ARTIGO
Cada pessoa tem seu ritmo individual, mas atrasos devem ser avaliados por especialista
Publicado em 03/03/2021
A expectativa da família sempre é alta: quais serão as primeiras palavras ditas pelo bebê? Mas para algumas crianças, o ritmo é um pouco diferente e as primeiras palavras não chegam exatamente no momento aguardado pelos pais.
De acordo com Maura Neves, otorrinolaringologista da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial – ABORL-CCF, alguns problemas auditivos podem acabar atrapalhando o desenvolvimento da linguagem e, mesmo com o teste da orelhinha normal, esses problemas podem surgir com o passar dos meses.
Leia: Educação infantil: o teste do marshmallow revisitado
“Algumas crianças sofrem com perda auditiva progressiva conforme vão se desenvolvendo. Se notar que a criança é muito ‘distraída’ ou ‘preguiçosa para falar’, desconfie e converse com o médico de confiança”, alerta a médica.
Cada criança, no entanto, tem o seu ritmo de desenvolvimento e o isolamento social causado pela pandemia pode acabar afetando o desenvolvimento da linguagem também. “Por estarem sempre próximos aos pais e cuidadores, muitos acabam achando que não precisam falar porque os pais identificam tudo o que querem”, diz a doutora.
A médica separou alguns marcos importantes a serem observados por pais e educadores no desenvolvimento infantil.
Assista: Contadora de histórias mirim entrevista escritor Ilan Brenman
0 a 3 meses: se assustam com sons altos e repentinos, choram quando querem algo e sempre se acalmam ao ouvir a voz da mãe.
3 a 6 meses: começa a emitir sons e balbucios e fica contente ao notar sua própria vocalização. Já atende quando é chamado pelo nome.
12 meses: reconhece algumas palavras, como mamãe, papai, água, mesmo que não as repita. Indica objetos e brinquedos quando solicitado.
18 meses: entende frases simples, é capaz de indicar partes do corpo e tem um vocabulário de 15 a 20 palavras.
2 anos: responde frases com até duas palavras e pessoas que não são do convívio da criança conseguem compreender algumas falas.
Maura Neves ressalta que esses são indicativos generalizados e, diante de qualquer desconfiança de atraso na fala ou deficiência auditiva, o médico deve ser consultado para avaliar o desenvolvimento geral da criança e solicitar exames, se necessário.
Lei Ágatha Félix: crimes contra crianças e jovens terão prioridade de investigação
Retorno presencial na pandemia pede acolhimento