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Olhar pedagógico

Como incentivar a alfabetização em casa

Alfabetizar ainda é um desafio no Brasil e a pandemia tende a aumentar os obstáculos. Contudo, a família pode auxiliar a criança nesse processo. Confira as dicas da coordenadora de português Luci Benevento

Publicado em 08/09/2020

por Redação revista Educação

alfabetizar Foto: Envato Elements

Conforme dados da última Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), de 2016, divulgada pelo Inep, 55% das crianças no 3º ano do ensino fundamental tinham conhecimentos insuficientes de leitura. Além disso, apenas 51,8% das escolas com anos iniciais do ensino fundamental possuem biblioteca ou sala de leitura, segundo O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2020.

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incentivar a alfabetização

Foto: Envato Elements

Criado em 8 de setembro de 1967 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial da Alfabetização reforça a importância desse processo para o desenvolvimento social e econômico mundial. A alfabetização é a base da educação e um direito fundamentado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).

Em tempos de pandemia, cujos alunos estão em casa, esse processo tende a ser ainda mais dificultoso. Para a coordenadora de português do ensino fundamental do Colégio Marista Anjo da Guarda, localizado em Curitiba, PR, Luci Benevento Serricchio, a escola é o local em que a alfabetização deve acontecer, mas levando-se em consideração o cenário atual, é preciso encontrar formas de avançar. “É claro que a escola é o espaço ideal, em parceria com a família. Agora, ainda mais, há a necessidade de se criar um ambiente de interações e está mais difícil para o professor propor atividades para que o aluno tenha interesse e compreensão.”

Aprendendo a ler o mundo

A escrita promove uma mudança muito grande na história pessoal das crianças. “É outra forma de captar o mundo”, observa Luci.

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Ao pensar na sistematização dessa aprendizagem, pode-se dizer que ela leva tempo – afinal, o mundo e grafocêntrico, repleto de livros, jornais, rótulos, cartazes, propaganda e outros elementos escritos – e não existe um final. O que merece ser celebrado é o nascimento do leitor, que não se limita a decifrar letras, sílabas e frases, mas que usa a leitura para sua vida.

Segundo a educadora, em casa, a família pode ajudar conversando, cantando, recitando quadrinhas (desenvolvimento da oralidade), contando e lendo muitas histórias, apresentando livros para as crianças folhearem e lerem aos poucos.

“É importante evitar ensinar com uma metodologia diferente daquela da escola, apenas motivar e incentivar as crianças”, orienta a educadora.

Confira algumas dicas da coordenadora para a família estimular a alfabetização:

– Fazer da leitura um hábito: aconselhe a família a tirar algum tempo do dia para ler um livro para a criança, ou então incentivá-la a ler, caso já consiga.

– Variar o estilo: aprender a ler é um mergulho em histórias dos mais diferentes estilos. Encontrar o que a criança mais gosta é um bom caminho para identificar a personalidade do leitor. Histórias em quadrinhos também são ótimas para variar e entreter os novos leitores, por exemplo.

Leia: Para formar leitores, o professor precisa ler

– Estimule a escrita: o processo de alfabetização vai melhorar conforme a criança treinar. Por isso, uma sugestão é incluir a escrita no cotidiano, ajudando a preparar a lista de supermercado ou então nomeando os materiais escolares.

– Dê o exemplo: o hábito da leitura também é estimulado por meio do exemplo. Estabelecer um horário para leitura em conjunto ou conversar sobre um livro que está lendo reforça a leitura como algo prazeroso e interessante.

– Família deve respeitar o tempo de seu filho: o letramento é um período complexo e o aprendizado pode variar para cada criança. É importante encorajar a escrita, reconhecer o esforço do filho, mas sem cobrar um resultado imediato.

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Redação revista Educação


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