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Edição 250

Mitos e verdades sobre suicídio, na visão dos psiquiatras

Publicado em 28/06/2018

por Redacao

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1. Suicídio é decisão individual, pois todos têm direito a exercitar o livre-arbítrio.Falso. Suicidas estão passando, quase que invariavelmente, por uma doença mental que altera de forma radical sua percepção da realidade e, como consequência, interfere no livre-arbítrio. Uma grande pesquisa publicada nesta cartilha mostra que em apenas 3,2% dos casos analisados não foi identificada alguma doença mental (leia quadro nesta reportagem). O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante da prevenção. Após os cuidados, o desejo de se matar desaparece em praticamente todos os casos.”
2. Na média, 17% das pessoas pensam em se suicidar em pelo menos uma ocasião na vida. Dessas, cinco planejam o ato no mínimo uma vez, três tentam e uma chega ao pronto-socorro.Fato. Por isso, é necessário que os pensamentos, os planos e as tentativas cheguem, no maior volume possível, ao conhecimento de médicos e especialistas.”
3. Uma pessoa que pensa em suicidar-se viverá necessariamente, e para sempre, o risco de tirar a própria vida.Falso. Na quase totalidade dos casos, o risco de suicídio desaparece quando tratado com eficácia.”
4. Quem fala em se matar não se mata; quer apenas chamar atenção. “Um mito que produz muito prejuízo. A maioria fala ou dá algum sinal sobre sua ideia. Boa parte deles expressa esses pensamentos, inclusive, para os profissionais de saúde. Vários fatores impedem, muitas vezes, que esses sinais sejam bem dimensionados.”
5. Se uma pessoa que deixou transparecer ou mesmo assumiu vontade de suicidar-se passa a se sentir melhor, isso significa que a ideia foi abandonada.Negativo. A tranquilidade aparente pode significar, por exemplo, um sentimento de alívio por ter chegado à conclusão de que se matar é a melhor opção. Neste estágio, a única coisa que garante o abandono da ideia é o tratamento.”
6. Quem sobrevive a uma tentativa de suicídio está livre do problema. “Sem tratamento, ao contrário. Os períodos de recuperação da crise, em casa ou no hospital, estão entre os mais perigosos. Pacientes que tentaram uma vez têm de cinco a seis vezes mais chances de buscar o suicídio em outra ocasião. Metade dos que se suicidaram no mundo haviam tentado ao menos uma vez antes, dizem as estatísticas.”
7. Tentativas prévias de suicídio e doenças psiquiátricas, psicológicas e mentais são os dois fatores de risco principais. “Sim, ao menos entre os mais comuns e aparentes. Quase todo suicida tinha uma doença psiquiátrica sem diagnóstico, cuidado adequado ou mesmo qualquer tratamento”.
8. Veículos de comunicação, grupos de apoio, educadores, profissionais de saúde, famílias e interessados devem/podem tratar do assunto publicamente.Observados os devidos cuidados com a linguagem, podem e devem. Veículos de comunicação devem assumir essa tarefa como uma obrigação social, pois estamos diante de um problema de saúde pública. Na suprema maioria dos casos, é aconselhável evitar fotos diretas, divulgação de métodos, lugares e conteúdo de bilhetes. E também apresentar causas únicas de atitude e usar termos como ‘tentativa bem-sucedida’ ou ‘êxito’. Mas, com os devidos cuidados, não haverá qualquer incentivo ao suicídio. Ao contrário: teremos mesmo é uma população mais informada e atenta para identificar os casos e direcioná-los ao tratamento.”
Fonte: Cartilha Suicídio – Informando para Viver, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) – http://www.abp.org.br/portal/conheca-a-cartilha-para-combater-o-suicidio/

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