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Publicado em 08/05/2017

Projeto inovador propõe o emprego de grãos de café na criação de cosméticos

O objetivo do trabalho de iniciação científica é reduzir a poluição oceânica

café
Uma alternativa para uma séria questão ambiental foi criada nos laboratórios da Universidade São Francisco, em Bragança Paulista (SP). As alunas Noélle Perussi Oliveira, Marta Franciely Lopes Rocha e Elisa da Cruz Felippim, do curso de Farmácia, orientadas pela professora Iara Lúcia Tescarollo, idealizaram a fórmula de um esfoliante corporal 100% vegetal, produzido a partir de sementes de café orgânico.
Diversos produtos cosméticos em geral, e os esfoliantes em particular, respondem atualmente por uma significativa parcela da poluição de águas oceânicas. São sabonetes, xampus, pastas de dentes e cremes que contêm microesferas de polietileno. Uma vez em águas oceânicas, esses microplásticos são ingeridos por pequenos peixes e, a partir daí, vão subindo na cadeia alimentar, atingindo até a saúde humana.
Isso faz com que a indústria de saúde e beleza se dedique a encontrar um componente que seja eficiente para seus produtos, mas que não cause tantos danos ao meio ambiente. A preocupação aumentou depois que os Estados Unidos proibiram o uso, a fabricação e a comercialização de cosméticos que contenham microesferas de plástico em todo o território americano. Na Europa, a associação Cosmetics Europe também determinou a supressão do uso desses ingredientes. A indústria de produtos cosméticos tem até 2020 para se adaptar.
É nesse contexto que surge o esfoliante de sementes de café orgânico torrado. O projeto ficou em 1º lugar em 2016 no Congresso Nacional de Iniciação Científica (Conic), realizado pelo Semesp. A professora Iara conta que a pesquisa faz parte de um trabalho interdisciplinar do curso de Farmácia, que foi adaptado para um projeto de iniciação científica, envolvendo etapas de pesquisa e desenvolvimento, avaliação da estabilidade e análise sensorial do produto idealizado. ”Atualmente, estamos testando sementes e cascas de romã, sementes de azeitonas, maracujá, cereja, cascas de nozes e outros produtos, como argilas e carvão ativo, para a mesma finalidade”, revela. Uma empresa de pequeno porte já entrou em contato com a instituição para conhecer mais detalhes da solução desenvolvida e, quem sabe, propor uma parceria.
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