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ENSAIO | Edição 200 Com o crescimento exponencial da produção e do consumo de vídeos, professores devem se valer das plataformas existentes no mercado para se apropriar da ferramenta por Justin Beck Não deve ser nenhuma surpresa que a adoção contínua de elementos multimídia para […]
ENSAIO | Edição 200
Com o crescimento exponencial da produção e do consumo de vídeos, professores devem se valer das plataformas existentes no mercado para se apropriar da ferramenta
por Justin Beck
Não deve ser nenhuma surpresa que a adoção contínua de elementos multimídia para a aprendizagem esteja crescendo de forma agressiva em todo o espectro da educação. Já está bem documentado que a atração dos alunos por vídeos deriva de suas preferências on-line fora da sala de aula.
Relatórios recentes mostram um crescimento de 800% na produção de vídeos ao longo dos últimos seis anos, com 83% dos usuários de internet os consumindo on-line. O famoso “Desafio do balde de gelo”, da ALS Association, é um exemplo do poder desse recurso na mobilização de pessoas e como, por meio dele, é possível obter uma resposta expressiva para uma grande causa ou movimento social.
Em nossas interações diárias com instituições de ensino superior e escolas, há pouca discordância de que os alunos anseiam por mais multimídia no processo de aprendizagem. O desafio reside no fato de que, em muitos casos, o nível de conforto do corpo docente e da adoção desses recursos-chave de aprendizagem ainda esteja engatinhando.
Recentemente, realizamos uma pesquisa global intitulada “Situação do vídeo na educação” e descobrimos que cerca de 50% dos educadores ainda sentem que existem poucas ferramentas para sustentar a criação desses materiais. E se o “balde de gelo” nos mostrou alguma coisa – além de seu poderoso poder de captação de recursos – é que o vídeo pode e deve ser acessível para qualquer pessoa.
Talvez o desafio esteja em convencer os educadores de que a complexidade percebida não deve impedi-los de começar. Sempre há uma maneira mais fácil e acessível para entrar nesse mundo e as universidades devem apoiar educadores e estudantes em seu desejo de criar bons materiais. Abaixo estão algumas orientações que podem ajudar os professores nesse processo:
• Utilize as ferramentas que você tem em mãos, seja uma webcam, smartphone ou, se você já é mais ligado a tecnologia, uma câmera externa HD;
• Seja você mesmo: deixe que sua personalidade tome conta do vídeo. Ele precisa ser natural para que se crie um ambiente de aula ao vivo;
• Prepare-se antes de filmar, mas não siga excessivamente o script. Estudantes querem que haja uma conexão pessoal e um elemento humano no que veem;
• Incentive a geração de conteúdo por parte dos próprios alunos. Isso oferece uma excelente oportunidade para troca de conhecimentos. Eles são ótimos nisso, então tire proveito e se aproxime deles;
• Use as próprias ferramentas de gravação dos dispositivos. Por meio de um toque já é possível começar uma gravação, seja pela webcam, captura de tela ou ambos.
Por essas razões, provedores de tecnologia estão focados em tornar a produção desses materiais mais simples, acessível e adequada ao fluxo de trabalho dos professores e alunos. Essa perspectiva tem sido uma premissa do mercado de desenvolvedores de plataformas. Por exemplo, recentemente foi lançada uma nova ferramenta de captura pessoal de vídeo que facilita que qualquer pessoa possa produzir e subir um conteúdo audiovisual. A tendência desse tipo de serviço é, portanto, garantir o uso por alguém com perfil de iniciante ou com conhecimentos não muito aprofundados, de acordo com as empresas de tecnologia. Em vez de ter de aprender um novo conjunto de ferramentas ou fazer login em outra plataforma, os professores podem recorrer a produtos e plataformas mais acessíveis e que devem, cada vez mais, fazer parte de seu arsenal de ensino.
Além disso, portais próprios no estilo do YouTube, para citarmos apenas um exemplo, estão agora disponíveis para universidades e escolas criarem um repositório central no qual podem aproveitar todos os recursos de mídia da instituição, eliminando assim os silos multimídia que fizeram o armazenamento de vídeo, a descoberta e o acesso a eles tão dolorosos no passado. Esses portais trazem benefícios como uma navegação simples, e instalação fácil, com visualização dos arquivos diretamente no seu diretório pessoal e que podem ser acompanhados por meio de diversos sistemas e portais. Essas são algumas características dessas plataformas que chegam ao mercado de ensino para organizar e fomentar as produções audiovisuais.
E os primeiros passos na sala de aula não precisam ser difíceis. Deve-se começar pequeno e incentivar a criação de vídeos e compartilhamentos mediante o uso de softwares já familiares. As instituições de ensino podem fazer uma transição suave. Afinal, a internet democratizou o acesso ao conhecimento e aprender hoje é uma coisa que qualquer pessoa pode fazer sozinha. Cabe aos professores aproveitar o domínio que os alunos das novas gerações têm das ferramentas para fortalecer seu papel de orientar, direcionar e facilitar o processo de aprendizado usando os vídeos como mais um recurso didático.
Justin Beck é vice-presidente de educação da Kaltura, fornecedora da primeira plataforma aberta de vídeo do mundo. Formado em marketing pela Universidade de Miami, Beck se juntou à empresa na missão de desenvolver tecnologia educacional para melhorar os resultados de aprendizagem