Áreas menos desenvolvidas nas crianças mais pobres estão ligadas a competências escolares
Publicado em 30/03/2015
Algumas áreas do cérebro responsáveis pela linguagem, memória e habilidade de raciocínio tendem a ser menos desenvolvidas em pessoas que vêm de realidades mais pobres, quando comparadas àquelas que tiveram famílias ricas. Esta é a conclusão de uma pesquisa feita na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e repercutida pelo jornal britânico The Guardian.
Os pesquisadores escanearam o cérebro de mais de mil crianças e adolescentes com idades que variavam entre 3 e 20 anos. Eles descobriram que, em média, a superfície do córtex cerebral era 6% maior em crianças cujas famílias ganhavam mais que $150,000 anuais, quando comparado ao das crianças de renda até $25,000. O córtex é responsável pela linguagem, percepção, emoção, cognição e memória de um ser humano.
A pesquisa também descobriu que as crianças de famílias com mais acesso à educação tinham um maior hipocampo. Esta área é essencial para a memória de curto prazo e localização espacial. O estudo não buscou saber que fatores podem levar a este quadro, mas consideram que, com menor renda, há mais chance de as crianças passarem por mais estresse, viverem em áreas mais poluídas, terem menos estímulos cognitivos e uma dieta mais pobre durante sua gestação.
Segundo o estudo, as áreas cerebrais que se mostraram afetadas pela condição financeira são importantes para o potencial sucesso escolar e educacional de uma criança. Com esta descoberta, os cientistas não desejam afirmar que a baixa renda é determinante para a educação de uma criança. Ao invés disto, eles querem ajudar a desenvolver modos de melhorar o desenvolvimento destas partes cerebrais especialmente para crianças que mais precisam.
Leia mais sobre a pesquisa, em inglês, aqui.